OE. Debate na especialidade “vai ser a segunda temporada da novela”

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A Semana de Nuno Botelho

19 out, 2024 - 08:20 • Hugo Monteiro

No espaço semanal de comentário na Renascença, o presidente da Associação Comercial do Porto, Nuno Botelho, diz que o anúncio de Pedro Nuno Santos de que irá propor a abstenção do partido na votação da proposta de Orçamento, foi “a forma de tirar o PS da berlinda” durante um fim-de-semana de Congresso do PSD.

NUNO BOTELHO D19 OUT
Foto: Renascença

O presidente da Associação Comercial do Porto prevê que o Partido Socialista irá fazer “uma forte oposição às medidas” da proposta de Orçamento do Estado para 2025 durante o debate na especialidade. Nuno Botelho diz acreditar que “o PS tentará alterar o mais possível o documento inicial”, depois de, na quinta-feira, Pedro Nuno Santos ter anunciado que irá propor à Comissão Política Nacional do partido a abstenção na votação na generalidade. Uma decisão que, a confirmar-se, viabiliza o Orçamento proposto pelo Governo.

No habitual espaço semanal de comentário na Renascença, Nuno Botelho lembra que, na sua declaração, “Pedro Nuno Santos deixou bem claro que é oposição a este Governo e que não concorda com este Orçamento”. Portanto, “na especialidade, irá tentar tudo para alterar aquilo que é a essência deste documento”. Por isso, “terá aí início a sequela desta novela”, que o presidente da Associação Comercial do Porto já apelidou de mexicana. "É a segunda temporada novela e, a partir daí, teremos um outro conjunto de episódios, mas menos importantes, porque, no fundo, as diretrizes do Orçamento irão manter-se", sublinha.

Nuno Botelho diz que o anúncio de Pedro Nuno Santos, na quinta-feira à noite, foi “a forma de tirar importância e de tirar o PS da berlinda” durante um fim-de-semana de Congresso do PSD. “Se não o fizesse e se esperasse por segunda-feira, o PSD iria estar o fim-de-semana inteiro a bater no PS”. Mas Pedro Nuno Santos, também aproveita, deste modo, para “acalmar a frente política interna, porque havia já muita contestação” e “propor a abstenção” era “a única forma que ele tinha de sair desta situação”.

Norte da semana

Segunda fase da videovigilância no Porto: “Foi finalmente aprovada, esta semana, por parte do Ministério da Administração Interna, a segunda fase do projeto de videovigilância no Porto. Este projeto estava bloqueado sensivelmente há um ano. Prevê a instalação de 117 câmaras em zonas críticas da cidade: na Asprela, no pólo universitário, em Campanhã, que é uma zona tão importante da cidade, e na Pasteleira. Juntam-se às 79 câmaras já existentes no centro histórico. Isto é muito importante porque estes locais são pontos negros da segurança no Porto e é importante que a cidade finalmente consiga este instrumento para dissuadir e combater a imagem que se criou de uma cidade insegura, onde não se cumpre nem respeita a ordem pública. Demorou a concretizar-se, mas é uma boa notícia”.

Desnorte da semana

A chegada de Ricardo Salgado ao tribunal no julgamento do processo BES: “Foi um espetáculo degradante. Aproveitado quer pela defesa, quer pela acusação, e que só serviu para alimentar o voyeurismo primário da comunicação social e colocar alguns lesados do BES a proferir insultos a uma pessoa que, de facto, não está manifestamente capaz de se defender. Apesar de tudo, imperou, no final, o bom senso por parte do coletivo de juízes, que dispensou a presença de Ricardo Salgado nas próximas sessões de julgamento. Estou à vontade, porque não sou, nem nunca fui, fã da figura, mas acho que, ao permitir-se este episódio, a meu ver impróprio de uma sociedade civilizada, a Justiça não está a prestar um bom papel. A Justiça não precisa de ser populista, nem espetacular, para ser aplicada. Precisa, única e exclusivamente, de ser justa”.

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