Paulo Raimundo acusa o Governo de querer “impedir” a subida dos salários e esquecer “os cerca de três milhões de trabalhadores” que recebem até mil euros brutos.
A proposta de Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) apresentada pelo Governo é um “estímulo aos baixos salários, cujo aumento quer impedir”, garantiu Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP.
Na discussão na generalidade do documento, o líder dos comunistas criticou ainda a falta de resposta a “um milhão de reformados que recebem menos de 510 euros” de pensão, ao mesmo tempo que “os cerca de três milhões de trabalhadores” que recebem até mil euros brutos são esquecidos, de acordo com o próprio.
“Quem trabalhou uma vida inteira apenas pode contar com o salário e com a reforma que recebe”, disse Raimundo, antes de sublinhar que “as contas não se pagam com prémios ou com bónus”, numa referência a medidas como o Suplemento Extraordinário de Pensões.
“O seu orçamento”, disse o secretário-geral do PCP, dirigindo-se a Montenegro, “é para servir os lucros e buracos da banca”, assim como “destruir 1.800 milhões de euros em benefícios fiscais e entregar 1.500 milhões de euros para parcerias público-privadas (PPP)”, salientou.
Em resposta, Montenegro sublinhou a expetativa de subida do salário mínimo nacional (SMN) para 870 euros em 2025 e 1.020 euros em 2028, quando o salário médio deverá alcançar os 1.890 euros. Em causa está um valor que “ultrapassa e muito aquilo que estava traçado no programa do Governo”, assinalou o primeiro-ministro.
No dia 4 de novembro arranca a apreciação na especialidade, fase que só terminará com a votação final global do documento marcada para dia 29.