OPINIÃO | Correção fotográfica parcial

2 horas atrás 18

"O sítio dos Gverreiros” é uma coluna de opinião de assuntos relativos ao SC Braga, na perspetiva de um olhar de adepto braguista, com o sentido crítico necessário, em busca de uma verdade externa ao sistema.

A último artigo incidia sobre o dérbi do Minho, que é diferente de todos os outros, quer pela proximidade geográfica, quer pela rivalidade entre as duas cidades, que se estendeu ao longo dos tempos para além do futebol. Mas era no desporto que importava focar a opinião e ela sublinhava a estranheza desse duelo se disputar com os Conquistadores se encontrarem à frente dos Gverreiros na classificação, algo raro nas últimas décadas. Ora, essa sensação diferente invadiu as almas braguistas, que haviam sossegado um pouco quando o líder Carlos Carvalhal disse que a sua equipa preferia joga em vez de falar, palavras que surgiam em oposição ao outro lado onde a confiança, por norma acima elevada mesmo sem razões para isso, era por demais evidente.

O jogo traduziu-se num triunfo sem contestação da equipa de Guimarães, frente a uma equipa de Braga que se esqueceu da importância do encontro e teve uma prestação no relvado muito abaixo da que se viveu nas bancadas engalanadas da Pedreira, onde o apoio surgiu em vão. Uma nota negativa para a constante postura provocatória, desde o primeiro minuto, de Nelson Oliveira que teve passagem por Braga na sua formação e que não soube respeitar um símbolo que nunca o destratou até este jogo, pois os braguistas presente perceberam que aquela postura negativa fazia parte de uma estratégia delineada ao pormenor, que haveria de culminar com a expulsão do jovem Arrey-Mbi. Não espantará ninguém que em próximas aparições em Braga o jogador não seja bem recebido. O resto faz parte de um guião que nenhuma alma braguista queria ver, com os visitantes a saírem da Pedreira de peito ainda mais feito, depois de superarem um obstáculo difícil que só o foi na teoria, pois a prática mostrou o contrário. A fotografia brácara saiu muito tremida e indefinida, e a Legião regressou a casa resignada a uma derrota que não se contestava.

A vida continua, neste mundo onde o futebol é a coisa mais importante das menos importantes. O dias seguintes eram de regresso aos treinos, sem motivos para sorrir e onde a reflexão sobre as incidências do dérbi era uma obrigação geral.

A visita à Choupana, bem no alto onde se situa o estádio do Nacional, era encarada com apreensão, mas com esperança numa resposta da equipa. O treinador bracarense, tal como os adeptos, não tinha gostado do jogo anterior e não foi de modas ou hesitações ao promover sete alterações na equipa inicial, mesmo que duas delas fossem forçadas pela inoportuna lesão de Zalazar e pela expulsão do jovem central Arrey-Mbi. Os arsenalistas entraram fortes e tiveram diversas chances para marcar, onde a vontade imensa do individual se sobrepôs ao coletivo sem resultados práticos. Ao intervalo o nulo castigava a inoperância bracarense e mostrava que o golo estava caro por esta altura. 

O segundo período mostrava um crescimento gradual dos nacionalistas, que iam acreditando na possibilidade de vencer o encontro à medida que o tempo passava. Porém, no futebol nem sempre o que parece é na realidade e as coisas tombaram para os lados de Braga quando Niakaté, já no último quarto de hora, marcou um golo que surgiu do coletivo, algo que não conseguira fazer de modo fácil no primeiro tempo quando falhou uma das muitas chances conseguidas. Em seguida, foram precisos poucos minutos para marcar mais dois golos, por Bruma e El Ouazzani, também eles com envolvência coletiva, que mostraram que afinal esta equipa também consegue funcionar como tal e ser eficaz. O nome maior do jogo foi, na minha opinião, o menino Gharbi que se estreou a partir do banco e esteve nos três golos marcados, parecendo dizer ao treinador que pode contar com ele para fazer coisas bem feitas em Braga.

Estava conseguida uma correção fotográfica parcial da fraca imagem vinda da jornada anterior e os sorrisos voltaram aos rostos brácaros, aliviando alguma tensão que se sentia no ar. 

Agora, é preciso trabalhar bastante sobre o resultado positivo alcançado e consolidar processos, uma vez que a mensagem de que qualquer jogador pode sair da equipa porque há outros de fora à espera de entrar pareceu evidente.

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