Paula Teles defende que regionalização "faz muita falta" à mobilidade

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Paula Teles afirma que que "faz muita falta" a regionalização para resolver problemas de mobilidade.

E refere que não se pode olhar para a mobilidade sem pensarmos no ordenamento do território.

Na Conferência Renascença "Mobilidade nas Grandes Cidades", a Presidente Instituto de Cidades e Vilas com Mobilidade considera que, se o território continua a "pulverizar um mau ordenamento, com pessoas arrastadas para as periferias", leva a que haja uma maior necessidade de deslocações.

"A mobilidade não pode pensar só nela própria. Tem um fim, que é levar-nos a um local", aponta.

A especialista refere que a Área Metropolitana do Porto em muita força de centros importantes: Maia, Matosinhos e Gondomar, "todas elas vivem por si só".

"Traz um problema de governação em escala maior", defende.

"O segundo grande direito é a mobilidade, depois da habitação. Quem não tem mobilidade, não tem liberdade", conclui.

"Chave do sucesso está na intermobilidade"

Para Paula Teles "a chave do sucesso está na intermobilidade" e essa tutela devia ter "mais peso de decisão".

"É muito importante pensar naquilo que é o espaço físico, a acessibilidade e o desenho urbano. É justamente o que nos permitirá sermos mais competitivos em termos de rede", defende.

A especialista aponta para a importância dos espaços que os utilizadores de transportes interagem, que podem "ter passeio ou não, ter abrigo ou não".

"Grande parte são mulheres, com compras e filhos ao colo. Precisam de ter um banco, uma cobertura. Há sítios onde se apanha o autocarro que nem têm paragem, são locais com terra batida", exemplifica.

A Presidente Instituto de Cidades e Vilas com Mobilidade aponta que a Circunvalação há cerca de 30 anos era olhada com o objetivo de a trabalhar e, hoje em dia, continuar igual, "sem dar resposta aos cidadãos".

Por outro lado, Paula Teles defende que, se da mesma maneira que os municipios, a determinada altura, tiveram a elaboração dos PDMs, "está na hora da promoção de um documento estratégico de mobilidade".

"Porto e Lisboa estão neste momento a elaborar esse plano. Deve haver participação pública, os cidadãos têm direito a debater, mas é importante termos noção que estes assunstos devem ser tratados com uma visão transversal", acrescenta.

"Não temos tempo que tudo vá a acontecer. O planeamento será agregarador de uma estratégia. Depois, é como na guerra", ironiza.

Paula Teles pede, ainda, que se olhe para as questões do aumento de temperaturas e do envelhecimento da população, com condicionantes ao acesso a transportes públicos.

Além disso, é necessário promover a vida da cidade, com comércio e espaços públicos, para promover a mobilidade pedonal.

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