Paulo Macedo não acredita na descida dos juros no primeiro trimestre de 2024

10 meses atrás 78

“A inflação está a convergir para 2%. De qualquer maneira partilho a tese de alguns economistas que defendem que dificilmente a inflação ficará em 2% ou abaixo disso porque temos os custos da transição energética e os custos da desglobalização”, referiu o CEO do banco.

O Presidente da Comissão Executiva da Caixa, Paulo Moita de Macedo, falava na abertura do Encontro Fora da Caixa, quando abordou a incerteza decorrente da subida das taxas de juro pelo Banco Central Europeu.

“Para 2024 o que se prespetiva é uma descida das taxas de juros que pode passar de 4% para 2,6%. Na semana passada ainda se discutia se as taxas de juro podiam subir ou não”, disse o CEO da CGD sobre as taxas forward.

“O que se perspetiva agora é uma baixa de taxas de juro mais cedo”, disse o presidente da CGD que adiantou que esta é uma das grandes preocupação das famílias e empresas. “Mas eu eu não acredito pessoalmente que a descida dos juros ocorra no primeiro trimestre”, disse Paulo Macedo.

“A inflação está a convergir para 2%. De qualquer maneira partilho a tese de alguns economistas que defendem que dificilmente a inflação ficará em 2% ou abaixo disso porque temos os custos da transição energética e os custos da desglobalização”, referiu o CEO do banco.

Paulo Macedo frisou a recusa de as importações estarem dependentes de um único fornecedor como  até aqui. “Agora querem o nearshoring quando antes queriam o offshoring e isso levará a um aumento dos custos”, referiu.

Neste momento a economia “beneficia de uma queda enorme dos custos de transporte e de uma queda dos preços da energia, e depois temos factores de inflação locais, nomeadamente de salários e de margens de lucro”.

“Os riscos para 2024 incluem a rentabilidade, a taxa de juro e a inflação (de curto prazo), mas as grandes preocupação a dois/três anos são mais macro. Os riscos mais permanentes são as alterações climáticas e as questões da biodiversidade, e a incapacidades de os mitigar”, disse Paulo Macedo.

O banqueiro lembrou ainda a obrigação de os primeiros dados das empresas ESG terem de ser publicados a partir de 1 de janeiro de 2024.

As Grandes Empresas e as PME cotadas vão ser legalmente obrigadas a divulgar informações fidedignas sobre os impactos ambientais, sociais e de governança (ESG) das suas atividades, ao abrigo de uma nova diretiva comunitária.

Nas Grandes Empresas de Interesse Público é já a partir de 1 de janeiro de 2024.

Os bancos já têm testes de stress climáticos.

A Caixa Geral de Depósitos organizou, hoje, dia 11 de dezembro pelas 15 horas, no Auditório Emílio Rui Vilar (Culturgest) em Lisboa, mais um Encontro Fora da Caixa para perspetivar 2024, que tanto pode ser um ano de instabilidade e insegurança ou um ano de oportunidade e esperança.

Seguidamente e para discutir o tema, houve uma mesa-redonda com o economista João Duque, com o historiador Rui Tavares e com a economista Sandra Maximiano.

Logo de seguida, uma conversa Fora da Caixa entre o CEO da Mota Engil, Carlos Mota Santos e Ana de Freitas, jornalista da SIC Notícias.

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