Pedro Nuno Santos promete candidato presidencial como os “melhores” Soares e Sampaio

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Falando no 24.º Congresso do PS, o novo secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, afirmou que o PS apoiará um candidato [nas presidenciais] como há muito tempo não faz”, honrando, na ótica do líder socialista, “os melhores presidentes que Portugal já teve “Mário Soares e Jorge Sampaio”.

No discurso aos congressistas, Pedro Nuno Santos diz que há várias eleições que quer vencer no ciclo que agora começa e promete um candidato presidencial “como há muito o PS não tem” e que seja forte e comparável aos “melhores” presidentes da República que Portugal já teve, disse, Mário Soares e Jorge Sampaio.

A última vez que o PS expressou apoio a um candidato às presidenciais foi nas eleições que se realizaram em 23 de janeiro de 2011, em que Cavaco Silva foi reeleito Presidente da República.

Nessas eleições, o PS apoiou o histórico socialista Manuel Alegre, que obteve 20% dos votos.

Nas presidenciais de 2016 e nas de 2021, que Marcelo Rebelo de Sousa venceu, o PS não manifestou apoio a qualquer candidato.

Pedro Nuno Santos falava pela primeira vez ao Congresso que se realiza até este domingo na FIL, em Lisboa. Foi ao som de “PS, PS, PS”, dos congressistas, que o novo líder começou o discurso.

Logo de início, Pedro Nuno Santos disse ao que vinha, salientando que quer o PS a ganhar as cinco eleições que se avizinham.

Garantindo que se “orgulha muito” de ter feito parte do governo de António Costa “desde o primeiro dia”, elencou depois aquilo que considerou as grandes medidas realizadas pelo PS ao longo de oito anos.

“Sim, os portugueses sabem bem qual é o partido das contas certas. O partido para quem contas certas não significa cortes na certa”, disse.

Para Pedro Nuno Santos, houve “mudanças estruturais” e “reformas silenciosas”, muito delas com consensos. “Correspondiam às aspirações da generalidade dos cidadãos e, por isso, não encheram as televisões de polémicas e as ruas de manifestações”.

Neste contexto, Pedro Nuno Santos lançou um agradecimento a António Costa dizendo que os acontecimentos de novembro “interromperam, infelizmente, um ciclo político de estabilidade e uma governação com provas dadas”.

E dirigindo-se direitamente ao seu antecessor, disse: “Obrigado, António Costa” “por tudo o que fez pelo nosso país, por tudo o que proporcionou aos portugueses”.

Foi também salientando o “orgulhoso” por ter trabalhado nos três governos: “É pois, natural, que eu próprio sinta enorme orgulho por ter feito parte dos três governos liderados por António Costa”. E afirmou: “Cresci, valorizei-me como pessoa, amadureci como político, ganhei experiência”.

Recordando um capítulo da governação em que também foi protagonista, invocou o caso TAP: “Continua a ser usada como arma de arremesso, nomeadamente por quem ao dia de hoje, continua sem assumir e declarar com clareza aos portugueses o que teriam feito em 2020″. E sublinhou: “Ou era intervencionada ou encerrava, tão simples quanto isso”; “Houve que decidir e enfrentar, com coragem e determinação, uma situação dramática”.

Lançou depois algumas farpas à direita, numa altura em que o PSD vai oficializar a sua aliança com o CDS, dizendo que a direita “mostra-se tão envergonhada da sua história recente que, numa tentativa de se unir, teve de ir ao baú recuperar um projeto amarelecido pela antiguidade de mais de 40 anos”. Para Pedro Nuno Santos, o objetivo da AD é “fazer esquecer” o período de 2011 a 2015 “quando cortaram salários, pensões, fizeram espoletar o desemprego e a dívida pública”, aumentaram impostos e privatizaras sem acautelar o interesse público”.

Atacando diretamente Luís Montenegro, disse: “Temos o vazio: vazio de projeto, vazio de liderança, vazio de visão, e o vazio de credibilidade, vazio de experiência, e, como todos já recebemos, vazio de decisão”, dando como exemplo a TAP, mas também a decisão sobre o novo aeroporto ou sobre o TGV.

Pedro Nuno Santos terminou esclarecendo que aquele não era o momento para apresentar um programa de Governo, prometendo, no entanto, que o fará brevemente.

Sublinhando a palavra “confiança”, o secretário-geral do PS disse que tem a certeza de que estará “à altura do país” e de encabeçar um projeto “credível” e que dá “confiança” a todos. Pedro Nuno Santos prometeu um projeto “que junte convicção e responsabilidade”, “ambição e estabilidade”. “Um projeto comprometido em vencer as lutas que ainda não vencemos e em concretizar direitos que ainda estão por conquistar”.

No fim foi muito ovacionado pelos congressistas.

Publicado no Novo Semanário.

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