Pensilvânia prepara mega-operação eleitoral enquanto combate `fake news`

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Em entrevista à Lusa, Lisa Schaefer, diretora executiva da Associação de Comissários de Condado da Pensilvânia e membro do Conselho Consultivo da Força de Trabalho Eleitoral, garantiu que a desinformação e as `fake news` (notícias falsas) em torno do processo eleitoral tornaram as presidenciais de 2024 numa "situação única", que está a obrigar a trabalhos redobrados para garantir à população que podem confiar nos resultados.

"Obviamente, estamos com mais esforços para lidar com a desinformação, o que é uma situação única. Nunca tivemos tanta desinformação no passado. Continuamos a dizer às pessoas que os condados são realmente a fonte de informação eleitoral credível. Logo, em vez de irem para as redes sociais ler sobre o que as pessoas acham que estão a ver, certifiquem-se de ir ao condado e entender exatamente o que está acontecer. (...) Queremos ter a certeza de que todos têm uma imagem factual" da eleição, afirmou a diretora da organização estadual, sem fins lucrativos e apartidária que representa todos os 67 condados da Pensilvânia.

Tal como na eleição de 2020, o ex-presidente e candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, juntamente com aliados, voltaram a atacar a votação pelo correio e amplificaram alegações infundadas de fraude eleitoral na Pensilvânia, uma situação que gera desconfiança junto do eleitorado.

A Pensilvânia é um estado especialmente competitivo no panorama eleitoral ao ser considerado um `swing state` (`estado pendular` ou ainda `estado campo de batalha`), por tradicionalmente oscilar entre democratas e republicanos. Além disso, é o mais valioso de todos os `swing states` (19 votos do colégio eleitoral).

Está também entre os estados que permitem votação antecipada pelo correio, sendo que milhares de boletins --- lacrados em envelopes duplos --- chegam com dias ou semanas de antecedência aos depósitos eleitorais.

Lisa Schaefer assegurou que o processo eleitoral é justo e sem fraude, explicando que o acesso a cédulas e máquinas de voto está limitado por "leis, procedimentos e protocolos em vigor", além de verificações reforçadas.

Foi criado um sistema "para garantir que a contagem de votos seja precisa, justa e segura, e posso dizer que trabalhei com todos os nossos condados, com toda a nossa equipa eleitoral dos condados, e eles querem que a história no dia seguinte à eleição seja sobre os resultados, não sobre a condução das eleições. Eles estão a trabalhar muito diligentemente para garantir que tudo seja o mais seguro e preciso possível", frisou a diretora executiva.

Entre as tarefas desta vasta equipa eleitoral está o processamento de registos de eleitores, tratar das máquinas de votação, preparar os locais de voto, tratar das inscrições de voto pelo correio, treinar pessoal das mesas de voto, entre outros.

Contudo, ao contrário da maioria dos estados norte-americanos, a Pensilvânia é um dos sete que não permite que boletins de voto por correio sejam processados antes do dia da eleição.

Apesar dos apelos bipartidários por mudanças, a lei não foi atualizada a tempo deste sufrágio presidencial, uma situação que acarreta mais recursos para o dia da eleição.

Na prática, é como se estivesse a ser realizada uma eleição presencial e uma pelo correio no mesmo dia, segundo Lisa Schaefer.

"Basicamente, estamos a realizar duas eleições no mesmo dia e não podemos começar a processar os votos antes das 07h00 da manhã do dia 05 de novembro", quando abrem as assembleias de voto, explicou.

Na eleição presidencial de 2020, a Pensilvânia foi um dos estados que mais demorou a declarar o vencedor.

Foram necessárias mais de 87 horas após o encerramento das urnas para se saber que o atual Presidente, Joe Biden, venceu na Pensilvânia.

"A razão pela qual demorou um pouco para os resultados serem finalizados foi porque ainda estávamos a processar as cédulas de correio e a contar esses votos depois do dia da eleição. Tínhamos muitos", justificou a diretora executiva da Associação de Comissários de Condado da Pensilvânia.

"Desde 2020, aprendemos muito sobre o processo e sobre os recursos que precisamos para fazer isso acontecer. Logo, acho que a maioria dos nossos condados - se não todos - esperam e pretendem ter essas cédulas de correio processadas até o final do dia da eleição. Devemos ter os resultados perto do encerramento das urnas", acrescentou.

Contudo, e tendo em conta que imprevistos podem acontecer, Lisa Schaefer frisou à Lusa que a sua prioridade "é garantir que a contagem seja precisa, e não tão rápida".

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