Petróleo vive uma situação mista no mercado, devido a tensões no Médio Oriente

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Para além das tensões, o mercado petrolífero está à espera de que a organização dos países exportadores de petróleo (OPEP) tome uma decisão sobre os limites de produção para o cartel alargado, depois de no início do ano ter decidido aumentar lentamente a produção a partir de outubro.

O preço do petróleo tem estado muito volátil, afetado pelas tensões geopolíticas do Médio Oriente, cujo impacto deve ser limitado. “Os níveis elevados duram geralmente cerca de 20-30 dias e o futuro da matéria-prima depende da situação fundamental, que é atualmente bastante mista no mercado do petróleo”, refere o analista da XTB, Michal Stajniak.

Para além das tensões, o mercado petrolífero está à espera de que a organização dos países exportadores de petróleo (OPEP) tome uma decisão sobre os limites de produção para o cartel alargado, depois de no início do ano ter decidido aumentar lentamente a produção a partir de outubro.

Segundo os analistas, a decisão, que vai ser tomada esta quinta-feira, pode passar por manter a produção inalterada no terceiro trimestre do ano, por causa dos “recentes preços do petróleo ligeiramente mais baixos e da fraca procura da China”, afirma o analista da XTB.

Os mais recentes acontecimentos do Médio Oriente, dois ataques israelitas que causaram a morte do líder do Hamas e do comandante-chefe do Hezbollah, existe a possibilidade de uma escalada do conflito podendo envolver o Irão.

“Se o Irão se juntasse a um conflito aberto, poderia causar movimentos significativos no mercado”, uma vez que o Irão é responsável pela produção de cerca de 3,2 milhões de barris de petróleo por dia. “O Irão também exporta oficialmente cerca de 1,5 milhões de barris por dia, apesar das sanções em curso dos EUA e da Europa”, sublinha Michal Stajniak.

Para além de ser um grande exportador de petróleo o Irão controla um dos mais importantes pontos do mercado de petróleo, o Estreito de Ormuz. “Um eventual bloqueio poderia resultar numa perda súbita de fornecimento de 20 milhões de barris por dia, o que levaria a um aumento dos preços do petróleo não só para máximos históricos, mas também para níveis de 200-300 dólares por barril”, refere o analista, sublinhando que tal cenário é improvável, no entanto a ameaça pode causar uma maior volatilidade no mercado.

O analista alerta para que “se a OPEP+ continuar a concentrar-se no aumento da produção e os dados da China não mostrarem recuperação, os preços do petróleo podem cair permanentemente para cerca de 70-80 dólares por barril”, salientando que nas próximas semanas “podemos esperar um aumento da volatilidade e que os preços se mantenham em torno dos 80 dólares por barril”.

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