Portugueses estão menos preocupados com custo de vida

8 meses atrás 66

De acordo com a Capgemni, “apenas 43% estão agora preocupados com uma possível deterioração das suas finanças pessoais nos próximos meses, contra 80% há um ano”.

O aumento do custo de vida ao longo de 2023 não fez crescer as preocupações dos consumidores portugueses. De facto, no último ano, as preocupações dos portugueses diminuíram ligeiramente, de acordo com um estudo realizado pela Capgemini.

O estudo anual de tendências de consumo “What Matters to Today’s Consumer” mostra, no entanto, que 43% dos consumidores estão preocupados com uma possível deterioração das suas finanças pessoais nos primeiros meses de 2024. Este é um valor que contrasta fortemente com os 80% dos portugueses que se mostravam preocupados no arranque do ano passado.

A análise nota “como as contínuas pressões provocadas pela inflação estão a alterar as exigências dos consumidores face aos distribuidores do retalho, os seus hábitos de consumo e quais os canais de distribuição que preferem”. É aqui, neste último segmento, que se verifica que os portugueses têm adotado a IA generativa nas suas compras.

“Os consumidores querem que os distribuidores disponibilizem produtos de primeira necessidade a preços mais acessíveis: mais de dois terços (70%) dos consumidores querem que estes produtos sejam ainda mais baratos”, aponta a Capgemini no estudo anual. De facto, os consumidores evidenciam estar também atentos às técnicas do retalho shrinkflation (reduflação) e skimpflation (alteração de ingredientes para outros mais baratos), com 65% dos consumidores a pedirem alertas quando as marcas reduzem o peso ou qualidade de um produto e o vendem pelo mesmo preço.

Relativamente às marcas propriamente ditas e à lealdade dos consumidores, “quase três quartos (73%) dos consumidores inquiridos afirmaram que serão mais leais às empresas que os ajudarem a atravessar este momento difícil”.

“Embora as preocupações dos consumidores tenham diminuído durante o último ano, eles continuam prudentes em relação aos seus gastos e não estão dispostos ou não podem gastar mais. É fundamental que os distribuidores transformem as suas operações de forma a repercutirem as economias de custos obtidas junto dos consumidores, que são cada vez mais seletivos na escolha dos produtos e das marcas”, frisou Lindsey Mazza, Global Retail Lead do grupo Capgemini.

Para Mazza, “os distribuidores precisam de repensar as suas estratégias operacionais e de adotar soluções inovadoras – tais como a IA, a automação e a Internet das Coisas (IoT), para avaliarem a procura de forma mais inteligente, fazerem previsões em tempo real, melhorarem os recursos da gestão das encomendas, aumentarem os níveis de eficiência do atendimento ao cliente e oferecerem mais interatividade aos consumidores. Tudo isto permitirá reduzir o custo dos produtos vendidos e favorecerá o crescimento nos vários canais”.

Outro efeito que a Capgemini notou no estudo foi os consumidores estarem a procurar cada vez mais as opiniões e conselhos dos influenciadores digitais quando compram nas redes sociais. O estudo evidencia que “as redes sociais desempenham cada vez mais um papel importante, não só para a descoberta dos produtos, mas também enquanto plataforma de compras preferida, particularmente entre as gerações mais jovens”, sendo que mais de metade dos consumidores só adquire produtos nas redes sociais após procurarem os conselhos dos chamados influencers, onde muitas vezes conseguem obter códigos de desconto e ofertas.

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