Preço do café dispara com fraca produção. Europa com reserva para seis semanas

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Os estabelecimentos de restauração queixam-se que de uma semana para a outra esta matéria-prima ficou 38% mais cara, afetando os stocks de café, que normalmente duram 15 semanas, mas que neste momento só dão para seis semanas na Europa.

Os grãos de café têm estado em alta nos últimos tempos, causando uma subida no preço do café, o segundo produto mais comercializado em todo o mundo, depois do petróleo. Nova Iorque é uma das cidades que já está a sofrer com esta subida, tendo sido obrigada a importar café de outros países para além da Colômbia, segundo o jornal “Cinco Dias”.

As importações de diferentes países aliviaram alguma da pressão, contudo os estabelecimentos de restauração queixam-se que, de uma semana para a outra, esta matéria-prima ficou 38% mais cara, afetando os stocks de café, que normalmente duram 15 semanas.

Mas não são só os Estados Unidos que são afetados por este aumento. A Europa também tem sido impactada esta escassez de café, tendo agora stocks que só dão para seis semanas de consumo.

Segundo a organização internacional do café (OIC), que representa 93% da produção mundial de café e é composta por 42 países produtores e sete importadores, os preços máximos atingidos na semana passada impulsionaram a espiral de valorização, principalmente devido ao défice de produção e à crescente procura.

De acordo com os cálculos da OIC, a diferença entre a oferta e a procura dos últimos anos permite falar de uma escassez estrutural, uma vez que o consumo em 2022 e 2023 atingiu os 21 mil milhões de quilos de grãos, o que equivale a 350 milhões de sacos de 60 quilos de café.

Outra das razões para a constante subida de preços do café são as dificuldades meteorológicas, os eventos extremos que têm causado danos na produção, o que afeta a oferta deste produto, assim como a constante subida das taxas de juro durante os últimos dois anos. “Tudo isso levou a um aumento sustentado dos preços do café de 57,2% desde outubro de 2023”, comentou Vanusia Nogueira, presidente executiva da OIC, citada pelo jornal espanhol.

No entanto, estas não são as únicas razões, segundo aponta o diretor da associação nacional de exportadores de café da Colômbia, Gustavo Gómez. O declínio das reservas também tem contribuído para este aumento, com o armazenamento do café agora mais caro devido à dinâmica de mercado. “O normal era que os lucros das entregas futuras fossem maiores, o que incentivava a vendê-lo posteriormente por um preço melhor. No mercado invertido, que é o que acontece hoje, armazenar café resulta em prejuízo”, refere Gustavo Gómez.

A Colômbia, o terceiro maior produtor de café, não é o único a sofrer. O Brasil, o principal produtor, também tem sido afetado, assim como o segundo maior, o Vietname, com ambos a registar um défice de cinco milhões de sacos na última época de colheita.

No Velho Continente, apesar de se importar mais do que se exporta, produziu-se mais de 2,3 milhões de toneladas de café no ano passado, sendo Portugal o quinto maior produtor da União Europeia.

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