Primeiros camiões com ajuda do Programa Alimentar Mundial entram no Sudão

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Segundo a nota, "os primeiros camiões do Programa Alimentar Mundial (PAM) atravessaram finalmente Adré [fronteira] (...), transportando ajuda alimentar essencial para as pessoas ameaçadas pela fome no Darfur", depois de o Sudão ter anunciado, na semana passada, a reabertura daquele posto fronteiriço para a entrada de ajuda humanitária do Chade.

No país, cerca de 26 milhões de pessoas, ou seja, mais de metade da população do Sudão, "enfrenta uma fome aguda" e mais de 750 mil pessoas estão "à beira da fome", recorda-se no comunicado das Nações Unidas.

De acordo com a ONU, esta ajuda alimentar representa "uma lufada de ar fresco para as populações vulneráveis da região e surge numa altura em que a comunidade humanitária tem vindo a correr contra o tempo, nas últimas semanas, para combater a fome em partes do Darfur e noutras regiões afetadas pelo conflito sudanês".

"As pessoas em risco de fome vão receber uma ajuda vital", afirmou o PAM numa mensagem publicada na rede social X.

Na mesma plataforma, o coordenador humanitário das Nações Unidas para o Sudão reagiu ao envio de camiões que transportam "fornecimentos humanitários vitais" do Chade para o Sudão.

"Estou satisfeito com os progressos registados após a reabertura da fronteira de Adré. Mais de uma dúzia de camiões com fornecimentos humanitários atravessaram (...) a fronteira entre o Chade e o Sudão", afirmou Clementine Nkweta-Salami.

Segundo a ONU, a entrega sustentada e em grande escala desta ajuda é "um passo crucial para satisfazer as necessidades urgentes" do povo sudanês durante o pico da estação das chuvas e a época de escassez, de agosto-setembro no Darfur.

Após mais de um ano de guerra, a ONU calcula que 10,7 milhões de pessoas (2,1 milhões de famílias) estejam deslocadas no Sudão.

Neste contexto, os trabalhadores humanitários receberam a confirmação de que as autoridades sudanesas aprovaram a passagem de 131 camiões carregados de produtos alimentares e não alimentares pelo posto fronteiriço de Adré.

O Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas tinha também alertado para o impacto devastador das fortes chuvas e das inundações em todo o Sudão.

Cerca de 258.000 pessoas foram afetadas pelas inundações em 13 dos 18 estados do país desde o início da estação das chuvas, em junho, incluindo quase 119.000 pessoas que fugiram das inundações, refere a organização.

Segundo a ONU, as chuvas estão a destruir os locais de deslocação, incluindo os campos de Abu Shouk e Zamzam, onde a fome foi confirmada no início deste mês. Ambos os campos estão situados perto de El-Fasher, a capital do Darfur do Norte.

Estas inundações também aumentaram o risco de doenças e o número de casos de cólera aumentou nas últimas semanas, tendo sido registados centenas de casos.

Cerca de dez estados sudaneses estão, assim, a enfrentar a chegada de vários doentes ao mesmo tempo, enquanto três quartos das instalações de saúde já não estão a funcionar nas áreas mais afetadas, conclui.

A guerra no Sudão, que teve início em abril de 2023, já causou entre 30 mil e 150 mil mortos, segundo diferentes estimativas, e uma das maiores crises de deslocados do planeta. 

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