José Pedro Pereira da Costa, administrador da SAD do FC Porto, esteve ao lado do presidente André Villas-Boas, esta sexta-feira, numa conferência de imprensa realizada com vista à explicação das contas referentes à temporada 2023/24, acabando por dar conta de uma liquidez "em níveis mínimos históricos" quando a atual direção rendeu a estrutura anteriormente encabeçada por Pinto da Costa.
"Quando esta administração tomou posse, a 28 de maio, a liquidez que tínhamos estava em níveis mínimos históricos. Acresce a esta liquidez reduzida que não existia nenhum processo de financiamento em curso para aceder a liquidez. A única operação a decorrer era o da Ithaka, que só teria impacto em outubro, como veio a ter...", começou por explicar.
"O impacto da não participação na Champions significa uma perda que situa na ordem dos 40 a 45 milhões de euros. No final do ano, o facto de termos sido 'despromovidos' implicou a perda de receita na ordem dos 30 milhões de euros", vincou de seguida, em declarações citadas no jornal O Jogo.
"O número de sócios é muito importante, passámos de 125.739 sócios para 140.317. Isso mostra a dinamização. Até 30 de setembro tivemos sete jogos, em seis com lotação esgotada e não tivemos nenhum Clássico neste período (...) Na frente UEFA, permitiu-nos cumprir com sucesso os controlos de junho e setembro, começar a pagar compromissos antigos. Até 30 de setembro fizemos pagamentos no valor total de 34 milhões de euros, que na sua grande parte dizem respeito a transferências de jogadores passadas: David Carmo 5,6M€; Veron 5,3M€; Alan Varela 3,3M€; Otávio 3M€; Francisco Conceição 2,1M€; Samuel Portugal 1,5M€. São pagamentos imperativos. Se não pagarmos, não cumprimos o controlo da UEFA e com as consequências referidas. Relativamente a agentes de jogadores, não foi feito nenhum pagamento. Em termos de fornecedores, não conseguimos abater os 16 milhões de euros, mas conseguimos pagar os consumos correntes. Não aumentamos os saldos vencidos. Retomamos a normalidade e fomos pagando o que conseguimos", esclareceu o responsável pelas finanças do clube da cidade Invicta.
"Há uma mensagem positiva com o crescimento de todas as linhas de receitas operacionais e em particular as receitas comerciais. Apesar do crescimento positivo, o resultado acaba por ficar próximo de zero, à semelhança do exercício anterior. Os resultados com transações de passes são insuficientes para compensar os custos financeiros bastante significativos e que se agravaram. Na conjugação destes dois efeitos, apesar de melhorar, continua ainda em território bastante negativo", completou José Pedro Pereira da Costa.
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