"Ímpar, notável, de excelência". Reações à morte de Joana Marques Vidal

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A ex-Procuradora-Geral da República, Joana Marques Vidal, morreu esta terça-feira no Hospital de São João do Porto, após várias semanas em coma na sequência de uma operação cirúrgica. As reações de figuras políticas não se fizeram esperar, enfatizando a "magistrada notável" que foi e o seu "relevante papel" na sociedade portuguesa.

Joana Marques Vidal foi a primeira mulher a liderar a Procuradoria-Geral da República (PGR), entre 2012 e 2018, sendo sucedida no cargo por Lucília Gago.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, declarou que Marques Vidal "desempenhou um relevante papel na sociedade portuguesa, como jurista ilustre, magistrada com profundas preocupações sociais e funções de liderança, nomeadamente enquanto Procuradora-Geral da República".

Num comunicado no site da Presidência, o chefe de Estado deu conta que "há duas semanas, acompanhou, no Porto, a sua luta pela vida", endereçando "à família e aos muitos amigos e companheiros de jornadas os mais emocionados sentimentos".

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, recebeu "com profundo pesar" a morte de uma "magistrada notável" que desempenhou as suas funções com "rigor, imparcialidade e excelência assinaláveis".
 
"Foi com profundo pesar que recebi a notícia da morte de Joana Marques Vidal. Magistrada notável, cuja vida de serviço ao Estado teve como corolário o mandato como Procuradora-Geral da República, cargo que desempenhou com rigor, imparcialidade e excelência assinaláveis. Em meu nome e do Governo expresso as mais sentidas condolências à sua Família", referiu Montenegro numa publicação na rede social X.

A ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, lamentou a morte da antiga Procuradora-Geral da República, manifestando "profundo respeito" pela perda daquela "magistrada notável". 

A ministra da Justiça afirma "juntar-se aos que vão sentir a sua falta e aos que lhe prestam tributo pelo seu caráter, retidão e dedicação à Justiça" e que Joana Marques Vidal "será sempre merecedora da nossa homenagem, admiração e gratidão, partilhamos com a sua família a dor e a saudade", refere o comunicado do Ministério da Justiça.

O ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, lamentou hoje a morte da ex-procuradora Geral da República Joana Marques Vidal e considerou que a sua dedicação e integridade foram exemplares ao serviço da justiça portuguesa.

"Lamento profundamente o falecimento da Magistrada Joana Marques Vidal, antiga Procuradora-Geral da República. A sua dedicação e integridade foram exemplares na busca pela justiça no nosso país. Os meus sentimentos aos familiares e amigos", escreveu Pedro Duarte numa nota.

O presidente do Chega, André Ventura, enalteceu a ex-PGR como um "símbolo da luta contra a corrupção".

"Joana Marques Vidal será sempre recordada como um símbolo da luta contra a corrupção e da coragem em enfrentar os poderes instalados, por muito fortes que sejam. Não esqueceremos! Descanse em paz", escreveu numa publicação na rede social X (antigo Twitter).

O presidente da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, descreveu-a como uma "magistrada de excelência" e "corajosa".

"Joana Marques Vidal foi uma magistrada de excelência e uma corajosa Procuradora-geral da República, incansável na defesa da justiça e da função independente das instituições, como elemento fundamental para uma democracia liberal plena. Uma referência e um exemplo no caminho de afirmação da Justiça tão necessário nestes dias", declarou numa publicação nas redes sociais.

Por sua vez, a porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, apresentou as "sentidas condolências" à sua família e amigos.

"Sentidas condolências à família e amigos de Joana Marques Vidal, a 1.ª mulher a ocupar o cargo de Procuradora-geral da República. Foi Presidente da APAV [Associação Portuguesa de Apoio à Vítima], a de outros projetos sociais e uma magistrada ativa na defesa da justiça, dos direitos humanos e do combate à corrupção", afirmou.

A ex-eurodeputada Ana Gomes fez uma breve declaração na sua página do X, destacando que Joana Marques Vidal foi "uma PGR que quis fazer o devido".

"RIP! Joana Marques Vidal. Uma PGR que quis fazer o devido", pode ler-se.

O presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, lamentou com "profunda tristeza e consternação" a morte de Joana Marques Vidal, considerando tratar-se de uma "figura ímpar" na justiça portuguesa.

Bolieiro salienta, através de um comunicado, a ligação "digna de nota" de Joana Marques Vidal aos Açores, recordando que entre 2004 e 2007 foi auditora jurídica do ministro da República para a Região Autónoma dos Açores e representante do Ministério Público na Secção Regional dos Açores do Tribunal de Contas.

O vice-presidente do Conselho Superior da Magistratura (CSM), Luís Azevedo Mendes, assumiu que a morte da ex-procuradora-geral da República "foi um choque", destacando a admiração pessoal e o seu legado à frente do Ministério Público (MP).

"Foi um choque. Tinha uma grande admiração pela Dra. Joana Marques Vidal. Além de ser uma mulher extraordinária, foi também uma grande magistrada e, em termos de procuradores-gerais da República, foi um dos melhores que tivemos", afirmou Luís Azevedo Mendes, em reação à notícia, citado pela Lusa.

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