"Interromperam o jogo"? Costa foi quem "saiu de campo", diz Nuno Melo

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Num comício da Aliança Democrática (AD) no Expocenter, em Viseu, Fernando Ruas e Nuno Melo recorreram à linguagem futebolística para responder ao ex-secretário-geral do PS e ainda primeiro-ministro, que no sábado comparou a interrupção da atual legislatura a um jogo suspendido aos 40 minutos.

O cabeça de lista da AD às legislativas antecipadas de 10 de março no distrito de Viseu e vice-presidente do PSD, António Leitão Amaro, também utilizou uma metáfora desportiva ou militar, mas tendo alvo o atual secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos: "Um Governo não é um campo de treino para os incompetentes".

Fernando Ruas, o primeiro a discursar, criticou António Costa por ter formado Governo em 2015, com o apoio dos partidos à sua esquerda, quando o PS ficou em segundo lugar nas legislativas: "No futebol também se diz que quem o campeonato é quem faz mais pontos -- não é quem se alia aos últimos da tabela para derrubar o Governo, não é assim"

"Só se esqueceu que também no futebol não se deve passar rasteiras. E foi aí que ele começou, começou com uma rasteira ao Seguro" e depois quis ganhar o jogo quando o perdeu. Foi exatamente assim que fez com o PSD", disse ainda o presidente da Câmara Municipal de Viseu.

O presidente do CDS-PP, por sua vez, responsabilizou António Costa pelo fim da legislatura, salientando que foi ele quem apresentou a demissão.

"O jogo acabou porque o doutor António Costa pegou na bola, levou a equipa toda do lado, saiu do campo e pela porta pequena. Foi por isso que o jogo acabou, porque ninguém lhe pediu para sair. Ninguém lhe pediu para sair", disse.

Nuno Melo contestou que António Costa tenha saído por motivos judiciais: "Deixou de ser primeiro-ministro, mas a razão não foi judicial, nem sequer nasceu em Belém provocada pelo Presidente da República. A razão foi política e foi muito grave e foi por culpa sua e por isso se demitiu. Ninguém lhe pediu".

"Tinha uma maioria absoluta, tinha os meios, os instrumentos, podia fazer o que quisesse, e o Governo caiu. Um Governo de maioria absoluta caiu de podre, caiu porque a equipa do doutor António Costa já não conseguia marcar mais golos. E foi essa a razão", sustentou.

O presidente do CDS-PP optou depois por outra imagem: "O jogo acabou porque o treinador não prestava. E é preciso uma chicotada psicológica".

"E a chicotada psicológica vai estar aí no próximo dia 10 de março. Doutor Luís Montenegro, vais ser o próximo treinador desta equipa extraordinária, cheia de talentos, que só precisa de quem lhes indique a melhor tática para vencer todos os jogos, aqui e na União Europeia", afirmou.

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