"PS está disponível para ceder, mas não pode abdicar mais do que outros"

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O secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, admitiu que o partido "tem uma relação com o país e a política que é responsável e séria", o que "implica que não nos ponhamos de fora na procura e na disponibilidade para encontrar consensos que viabilizem a possibilidade se poder governar e ter estabilidade em Portugal".

"O PS está disponível para negociar e ceder, mas não pode abdicar mais do que outros daquilo que é o seu programa, a sua ideia de sociedade, as suas propostas", vaticinou o líder socialista no discurso de encerramento das jornadas parlamentares do PS, em Castelo Branco.

Nessas mesmas declarações, Pedro Nuno Santos lamentou que o Governo de coligação entre o Partido Social Democrata (PSD) e o CDS-PP "diz que quer dialogar e negociar, mas que não está disponível para fazer cedências em matérias que são compromissos assumidos com os portugueses".

"A questão que nos colocamos é: E nós? Se nós também não temos compromissos assumidos com os portugueses, espelhados no nosso programa eleitoral", retorquiu.

Pedro Nuno Santos recuou a 2017, altura em que o PS tinha "uma maioria que viabilizava aquele Governo". "Em nenhum momento ignoramos o PSD nem o Parlamento. Hoje, o PSD não tem aquilo que o Governo do PS tinha em 2017. Não tem uma maioria, para poder governar ignorando o Parlamento, abdicando de ouvir e de ter de ceder perante aquilo que o Parlamento entende", acrescentou.

Num longo discurso, acusando o Governo de "continuar a ignorar" o Parlamento, o secretário-geral do PS disse que o partido não está a "fazer nenhum jogo", e "o IRS é disso paradigmático". "Não temos nenhum problema, antes pelo contrário, com redução de impostos", assegurou.

De seguida, Pedro Nuno Santos recorreu ao exemplo do desafio que os socialistas deixaram ao Governo, de refletir já em 2024 a redução do IRS, proposta pelo PS e aprovada em junho, e que o Executivo acusou de ser "flagrantemente diferente" da lei-travão.

"No limite, a nossa proposta não é implementada em 2024. Aquilo que o Parlamento aprovou é legítimo, legal, constitucional e a obrigação do Parlamento. A única coisa com que confrontamos o Governo é com as suas próprias declarações e com a vontade reafirmada de querer que a redução de impostos tivesse consequências já em 2024", respondeu.

[Notícia em atualização]

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