"Se alguém tem de atuar são os acionistas", diz ex-diretor da TSF

9 meses atrás 71

O jornalista falava na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, no âmbito do requerimento do Bloco de Esquerda (BE) sobre a atual situação da Global Media (GMG), que detém marcas como a TSF, Diário de Notícias (DN), Jornal de Notícias, entre outros.

"Se alguém tem de atuar são os acionistas, os acionistas é que não podem estar, e parece que não estão, confortáveis com o que está a acontecer", disse, em resposta aos deputados.

"Se não houver projeto de media, se não houver Global Media" - esta é "apenas um chapéu -, o que estamos a falar verdadeiramente é de marcas concretas e claras, TSF, Jornal de Notícias, Diário de Notícias, Açoriano Oriental", entre outros, apontou, salientando que o impacto da destruição das marcas quer a nível do território e da lusofonia "é avassalador".

Questionado sobre a sua relação com o anterior presidente executivo da GMG, Domingos Andrade afirmou ter sido difícil.

"Foi sempre um relacionamento difícil por parte de alguém como o Marco Galinha que exerce uma Comissão Executiva musculada, mas sempre dentro daquilo que são os limites da decência pública", disse aos deputados.

A atual Comissão Executiva, liderada por José Paulo Fafe, tem esgrimido acusações aos restantes acionistas da GMG, acusando de terem protagonizado situações "ética e moralmente condenáveis" que contribuíram para a atual situação difícil do grupo e que "raro é o dia" em que não é apanhada "de surpresa".

Em 29 de dezembro, os acionistas da GMG Marco Galinha, Kevin Ho, José Pedro Soeiro e Mendes Ferreira consideraram que tinha sido o "manifesto incumprimento" de obrigações pelo fundo de investimento World Opportunity Fund (WOF) que impediu o pagamento de salários aos trabalhadores.

"Existe uma situação de manifesto incumprimento por parte do World Opportunity Fund, Ltd quanto a obrigações relevantes dos contratos, que, ao não ter ocorrido, teria permitido o pagamento dos salários e o cumprimento de outras responsabilidades da empresa", sustentaram.

Neste esclarecimento, Marco Galinha, Kevin Ho, José Pedro Soeiro e Mendes Ferreira garantiram que irão "recorrer a todos os meios ao seu dispor para exercer os direitos legais e contratuais que lhes assistem" e "de tudo fazer quanto estiver ao seu alcance para restaurar a credibilidade do GMG e das suas marcas, honrando a história do grupo".

No dia seguinte, a Comissão Executiva da GMG liderada por José Paulo Fafe anunciou que iria avançar com uma auditoria a todas as operações e negócios, para apurar o que levou à sua atual situação financeira.

Já em 02 de janeiro, a Comissão Executiva do grupo acusou os outros acionistas de protagonizarem situações "ética e moralmente condenáveis" que contribuíram para a situação atual da empresa.

O WOF detém 51% das empresas Palavras Civilizadas e Grandes Notícias, onde os acionistas Marco Galinha e António Mendes Ferreira são detentores dos restantes 49%, de acordo com nova gestão da GMG, sendo que estas duas controlam 50,25% da GMG.

"De facto, o WOF tem uma participação indireta em redor de 26,0% no GMG", contando com participações de 29,35% de Kevin Ho e 20,40% de José Pedro Soeiro, segundo a Comissão Executiva.

Leia Também: Domingos Andrade diz que sentiu pressões da nova gestão da Global Media

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