"Se hospitais não pagarem, o seguinte é não retirar doentes que têm alta"

O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), António Nunes, afirmou, esta segunda-feira, que, se da reunião com a Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS), a realizar-se amanhã, não sair um solução credível, vão começar a cobrar uma taxa aos hospitais que retenham macas de ambulâncias a partir de quarta-feira.

"Por cada duas horas, após a primeira hora (grátis) - num bloco de 2h - serão cobrados 50 euros. No segundo bloco de duas horas 100 euros. No terceiro bloco de dias, 150 euros. E depois 150 euros a cada duas horas além dessas", explicou, em declarações aos jornalistas, depois da reunião da LBP.

Segundo o presidente da LPB, "não vai resolver o problema mas vai minimizar o problema para o lado dos bombeiros porque os bombeiros estão a ter despesas adicionais que não estão contempladas em nenhum protocolo nem com o Ministério da Saúde nem com ninguém".

"Nós temos que garantir que há um ressarcimento das despesas. Os bombeiros não querem ganhar dinheiro com as urgências, os bombeiros não querem sair prejudicados com as urgências", acrescentou.

Questionado sobre qual vai ser a reação caso os hospitais não paguem, o presidente da LPB afirmou: "Se os hospitais não pagarem, a medida seguinte é não retirar do hospital os doentes que têm alta".

Recorde-se que centenas de doentes têm ficado à espera de atendimento nas urgências em macas dos bombeiros ou até mesmo dentro das ambulâncias, o que impede a utilização das viaturas de socorro para outros episódios de urgência.

Nesse sentido, a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) decidiu que as corporações vão passar a cobrar uma taxa aos hospitais que retenham macas de ambulâncias, uma penalização que pode chegar aos 300 euros por sete horas.

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