O ciclista Rafael Silva, vencedor da Taça de Portugal em 2023, anunciou o final da carreira, aos 33 anos, após ter sido notificado pela Autoridade Antidopagem de Portugal num “processo por eventual uso de métodos proibidos”.
“Reagi a essa notificação, num exercício de pura verdade, pugnando pela minha inocência. Nunca, em momento algum do meu percurso desportivo, agi de forma a pôr em causa a verdade desportiva. (…) A decisão desta autoridade decorre do parecer de um painel de peritos que, sem avançar certezas, conclui pela probabilidade de uso de métodos proibidos”, nota, numa alusão ao passaporte biológico.
Assim, e dizendo-se alvo de um processo “em que – ao que parece – a culpa se presume”, Rafael Silva optou por “não atacar a decisão” da ADoP, porque, embora esteja ciente da sua “absoluta inocência”, já tem 33 anos.
“Devo dizer que recebi do meu diretor desportivo (José Azevedo) apoio e confiança, que muito agradeço, dando-me total liberdade para sobre este assunto decidir. Resolvo em conformidade com as regras que sempre impus às minhas opções: ninguém, nunca, será prejudicado pelas minhas decisões. Temia que outra escolha que não fosse a de terminar agora pudesse acarretar prejuízo para a minha equipa com a época já em curso”, justifica o já ex-ciclista da Efapel.
Profissional desde 2013, Rafael Silva cumpriu grande parte da sua carreira na anterior estrutura da Efapel (atual Sabgal-Anicolor), alinhando nas últimas duas temporadas na equipa de José Azevedo.
“Encerro agora um ciclo. Saio com tristeza no coração, mas de consciência serena e certo de que esta é a decisão que devo tomar. A vida continua, agora fora da competição, mas sempre em cima da bicicleta”, conclui o agora antigo corredor, que também venceu etapas no Grande Prémio Jornal Notícias, GP O Jogo e a Volta a Albergaria (2019), entre outras.