14 mai, 2024 - 15:37 • Diogo Camilo
Reunido com o homólogo espanhol, o ministro dos Negócios Estrangeiros assumiu “larguíssimo consenso” com Espanha em relação a temas como a guerra na Ucrânia e no Médio Oriente e ao alargamento da UE. E promete "pelo menos duas ligações a Espanha" por comboio.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, considerou uma solução de dois estados entre Israel e Palestina “absolutamente fundamental” e que quanto ao tema há “larguíssimo consenso” com Espanha.
Reunido em Madrid com o homólogo espanhol, José Manuel Albares, indicou que a situação na Faixa de Gaza uma “catástrofe humanitária”: “É uma situação terrível, é necessário um cessar-fogo imediato, que é uma posição que o Governo mantém do Executivo anterior e transmitiu ao embaixador de Israel em devido tempo”, afirmou.
Rangel refere ainda que Portugal e Espanha caminham juntos para uma tomada de posição: “É absolutamente fundamental, não há outra solução para a crise do Médio Oriente e, por razões trágicas, esta é uma oportunidade única para retomar esta solução dos dois estados.”
Esta segunda-feira, em entrevista ao jornal espanhol El País, Rangel recusou chamar genocídio ao que está a acontecer em Gaza, considerando injusto dizer que Israel pretende eliminar o povo palestiniano.
Sobre o bloco europeu, o ministro indicou que existe uma “grande convergência” em relação ao alargamento da União Europeia e a temas como a sua reforma institucional, política e financeira.
Quanto à guerra na Ucrânia, Rangel assume uma posição “absolutamente clara”, mostrando-se preparado para “continuar o nosso auxílio no plano humanitário, no plano militar, no plano financeiro e no plano político e o compromisso com o alargamento”.
Ferrovia. “Queremos pelo menos duas ligações a Espanha”
Questionado sobre as demoras nas ligações ferroviárias a Espanha, Rangel assumiu a intenção de criar pelo menos duas ligações, até Vigo e Madrid.
“Queremos duas ligações a Espanha, pelo menos. E ambas têm importância”, afirmou indicando que as duas ligações terão “o mesmo grau de prioridade” e que é necessário “trabalhar em ambas” para “recuperar o tempo perdido”.
Sobre a questão de São Tomé e Príncipe, Rangel esclareceu que o país africano e outros países lusófonos “sempre tiveram relações” com a Rússia.
“Os países lusófonos sempre tiveram relações, até de cooperação militar, com a União Soviética, primeiro, e depois com a Rússia, muitos deles têm material ainda vindo desses tempos que precisa de reparação ou atualização”, afirmou o ministro português, adiantando que falou com o homólogo de São Tomé sobre a situação e que transmitiu que o país é um “parceiro fundamental”.