Reformista Masoud Pezeshkian investido como Presidente do Irão

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A cerimónia de investidura no parlamento decorreu dois dias após Pezeshkian ter sido ratificado no cargo pelo líder supremo iraniano, o 'ayatollah' Ali Khamenei.

Pezeshkian venceu as eleições presidenciais de junho, convocadas na sequência da morte do anterior chefe de Estado, Ebrahim Raisi, num acidente de helicóptero.

Presentes na cerimónia estiveram as principais autoridades políticas, legislativas e judiciais da República Islâmica e representantes de mais de 70 países.

Entre os presentes encontravam-se diversos líderes do designado "Eixo da resistência", como é conhecida a aliança informal anti-Israel, e o secretário-geral adjunto do Serviço Europeu de Ação Externa, Enrique Mora, também o coordenador das negociações para retomar o acordo nuclear de 2015, firmado na altura entre a República Islâmica do Irão, o grupo P5+1 (China, Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e, mais tarde, Alemanha), e a União Europeia (UE).

A cerimónia não contou com a presença do chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, pelo facto de as relações entre o bloco europeu e Teerão "se situarem no seu ponto mais baixo".

Pezeshkian, um cirurgião de 65 anos, toma posse num momento de elevadas tensões, tanto nacionais como internacionais, devido ao descontentamento da população pela falta de liberdades e a grave situação económica do país, o conflito na Faixa de Gaza e as más relações com o Ocidente à luz do apoio de Teerão à Rússia, país alvo de sanções por causa da guerra na Ucrânia.

No decurso da campanha eleitoral, Pezeshkian prometeu uma aproximação ao Ocidente, e a rejeição da obrigatoriedade do uso do véu islâmico pelas mulheres, promessas que terá agora de cumprir.

Um dos maiores desafios consiste em tentar reavivar o acordo nuclear de 2015, que limitava o programa nuclear iraniano a troco do levantamento das sanções económicas internacionais, e que os Estados Unidos abandonaram unilateralmente em 2018 para reintroduzir medidas restritivas contra o Irão, que agravaram a crise económica.

Em resposta, o Irão intensificou o enriquecimento e armazenamento de urânio com um grau de pureza de 60%, próximo do nível necessário de 90% para fabricar armas atómicas.

O Presidente iraniano possui uma capacidade de decisão limitada, em particular nas áreas da política externa e de segurança, onde o líder supremo Ali Khamenei detém vastos poderes.

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