Satélites da Starlink conseguem detectar aeronaves invisíveis, diz a China

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Um estudo realizado pela Escola de Informação Eletrónica da Universidade de Wuhan revela uma nova funcionalidade para os satélites da Starlink. Além de fornecer internet às populações, estes podem, alegadamente, detetar aeronaves invisíveis.

No entanto, estas conclusões estão a gerar alguma dualidade de sentimentos nos especialistas. Em primeiro lugar, trata-se de um estudo suportado pelo estado chinês e questiona-se ainda que se isto tivesse real utilidade militar se a China o divulgaria.

Seja como for, os responsáveis por este estudo afirmam que é possível detetar o posicionamento de aeronaves furtivas. Eles dão mesmo exemplo dos caças F-22 utilizado pelas forças armadas norte-americanas.

Como podem os satélites da Starlink detetar o posicionamento de aeronaves?

Para a realização deste estudo, os académicos lançaram um drone comercial. Tal como refere o professor Yi Jianxin, líder deste estudo, o modelo eleito foi o DJI Phantom 4 Pro porque estima-se que este drone tenha a mesma assinatura de radar do F-22.

Caça F-22 Starlink Imagem ilustrativa criada pela IA Microsoft Designer

Conforme foi dito à imprensa, eles conseguiram detetar a localização do drone através da análise de perturbações nos sinais eletromagnéticos dos satélites da Starlink. Estas interferências são causadas quando as naves passam por eles.

Tal como a equipa em causa refere, estes sistemas "fornecem vantagens significativas na deteção de alvos pequenos e furtivos". Adiantam ainda: "Ao usar fontes de radiação de terceiros, os sistemas de radar podem ter capacidades aprimoradas de ocultação e anti-bloqueio".

A equipa avança que não identificou o posicionamento do drone por meio de pulsos de radar identificáveis. Ao invés, chegaram a essa informação através da reflexão dos sinais emitidos pelos satélites da Starlink quando o drone passava por baixo deles.

É ainda referido que é possível construir uma antena Starlink, bastante barata, e usá-la em bases para monitorizar o movimento de aeronaves. Tal necessitaria ainda de um software de processamento de sinal personalizado e "um chip de alto desempenho não divulgado".

Este tipo de tecnologia já existe desde a Segunda Guerra Mundial

Algo que não abona a favor das conclusões deste estudo chinês é o facto de este tipo de tecnologia não ser totalmente nova. Em boa verdade, ela já fora usada pela Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial.

Aliás, entusiastas de rádio conseguem reconhecer objetos em movimento apenas com a monitorização de interrupções no sinal. Uma técnica conhecida como dispersão.

Apesar das conclusões reveladas por este estudo, a sua eficácia em cenários de guerra ainda é questionável. Mesmo que seja possível detetar a posição de um caça F-22 em voo, conseguir fixar uma arma no mesmo à sua velocidade de voo é outro desafio.

Aliás, o próprio professor Yi Jianxin sublinha que a viabilidade e eficácia deste sistema em contexto militar ainda é questionável. Por isso, podemos estar um pouco mais descansados, pois não será assim tão fácil detetar e abater este tipo de aeronaves em movimento.

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