O secretário-geral dos MSF, Christopher Lockyear, descreveu a agência da ONU de assistência aos refugiados palestinianos no Médio Oriente (UNRWA, na sigla em inglês) como "uma tábua de salvação para os palestinianos", num comunicado divulgado na terça-feira.
O parlamento de Israel aprovou, na segunda-feira, duas leis, que vão entrar em vigor dentro de 90 dias, para proibir a atividade da UNRWA em Israel e limitar a capacidade operacional nos territórios palestinianos ocupados da Cisjordânia e de Gaza.
"Isso teria implicações catastróficas para a grave situação humanitária dos palestinianos que vivem em Gaza, bem como na Cisjordânia, agora e nas gerações vindouras", disse Lockyear.
"Condenamos veementemente esta decisão, que é o culminar de uma longa campanha contra a organização", responsável por "quase toda a distribuição da ajuda da ONU" que chega à Faixa de Gaza, sublinhou o responsável.
"É imperativo que o mundo aja para salvaguardar os direitos fundamentais dos palestinianos", afirmaram os MSF.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, enviou na terça-feira uma carta ao primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, a pedir a manutenção da UNRWA.
Com cerca de 18 mil funcionários entre a Cisjordânia ocupada e a Faixa de Gaza, incluindo 13 mil professores e 1.500 profissionais de saúde, a UNRWA tem prestado ajuda aos refugiados palestinianos desde a sua criação em 1949.
Israel acusa a agência de manter laços estreitos com os militantes do grupo islamita palestiniano Hamas, que lançou em 7 de outubro de 2023 um ataque sem precedentes em território israelita, onde deixou mais de 1.200 mortos, na maioria civis, e fez mais de duas centenas de reféns.