Senado dos EUA vota novo esforço de aprovação de fundos para Ucrânia e Israel

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A bancada republicana rejeitou já uma solução de compromisso cuidadosamente negociada que também incluía políticas de reforço do controlo nas fronteiras.

O líder da maioria no Senado, o democrata de Nova Iorque Chuck Schumer, considerou a última votação "um bom primeiro passo" e prometeu que a câmara alta do Congresso norte-americano "continuará a trabalhar neste projeto de lei - até que o trabalho esteja concluído".

O percurso da tramitação do diploma permaneceu incerto, porque os líderes do Senado não chegaram a acordo sobre um processo para reduzir o tempo de debate do seu conteúdo. Assim, poderá levar apenas alguns dias, mas provavelmente mais tempo até o Senado chegar a uma votação final.

A votação para começar a trabalhar no novo pacote foi aprovada com 67 votos a favor e 32 contra, com 17 Republicanos a votarem ao lado dos Democratas pelo avanço. O senador Bernie Sanders, um independente do Estado do Vermont que se opõe a grande parte da ajuda a Israel, votou contra.

Schumer tem tentado "salvar" 60 mil milhões de ajuda para a Ucrânia, bem como cerca de 35 mil milhões para Israel, outros aliados e prioridades de Segurança Nacional, após o colapso, esta semana, de um acordo bipartidário para associar à aprovação desse pacote políticas de reforço das fronteiras do país.

Os republicanos estão divididos acerca de como proceder, e os líderes do Partido Republicano estavam ainda a tentar encontrar um plano que os seus senadores possam apoiar.

O líder do Partido Republicano no Senado, Mitch McConnell, do Kentucky, tentou encontrar uma forma de fazer passar a ajuda à Ucrânia na Câmara dos Representantes.

Se a medida for aprovada no Senado, espera-se que seja ainda mais difícil obter a aprovação na câmara baixa do Congresso, controlada pelos Republicanos, cujo presidente, Mike Johnson, do Luisiana, não assumiu uma posição de apoio à ajuda.

Alguns Republicanos do Senado também se comprometeram a fazer tudo o que puderem para atrasar a ação final.

"Vou opor-me a tudo o que acelere a aprovação deste projeto de lei de despesas externas podre", escreveu o senador Rand Paul, Republicano do Kentucky, na rede social X (antigo Twitter).

Os Estados Unidos já estão sem dinheiro para enviar mísseis e munições para Kiev, numa altura em que a guerra que dura há quase dois anos se encontra num ponto decisivo.

Os apoiantes da Ucrânia dizem que a diminuição do apoio norte-americano já se faz sentir no campo de batalha e entre os civis, ao passo que a Rússia renovou o seu empenho na invasão com ataques implacáveis.

Os negociadores do Senado levaram cerca de três meses de trabalho quase ininterrupto para elaborar a proposta de reforço das fronteiras rejeitada pelos senadores republicanos - alguns dos quais anunciaram a sua oposição poucos minutos depois de o texto do projeto de lei ter sido divulgado.

Com o fracasso do acordo, Schumer decidiu retirar do diploma as disposições relativas às fronteiras e criar um pacote único de 95 mil milhões de dólares.

Esse pacote atribuía 14 mil milhões de dólares em ajuda militar a Israel, investiria na indústria nacional de Defesa, financiaria aliados na Ásia e atribuiria 10 mil milhões de dólares para ajuda humanitária na Ucrânia, em Israel, na Faixa de Gaza e noutros locais.

O pacote renovado inclui legislação para autorizar sanções e instrumentos de combate ao branqueamento de capitais por empresas criminosas que traficam fentanil para os Estados Unidos.

Outra secção da legislação de compromisso sobre o reforço das fronteiras, que teria fornecido uma muito aguardada solução para o acesso a residência de dezenas de milhares de refugiados afegãos, foi deixada cair no projeto de lei reduzido.

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