Sete em cada 10 portugueses gastam até 50 euros por mês em jogos online

1 mes atrás 56

Mais de 40% dos jogadores inquiridos utilizam plataformas de jogo ilegais apesar de a grande maioria (90%) declarar saber que é necessária licença para operar em Portugal. Atualmente, há quatro operadores ilegais entre as 15 maiores plataformas de jogo online do país.

Sete em cada 10 portugueses (71,5%) dizem que gastam até 50 euros por mês em jogo online, a maioria dos quais menos de 25 euros, concluiu o estudo anual da Associação Portuguesa de Apostas e Jogos Online (APAJO), divulgado esta quinta-feira. Se considerarmos apenas jogadores que jogam exclusivamente nos operadores licenciados, a percentagem que despende até 50 euros sobe para 77,6%.

Segundo o relatório “Hábitos de Jogo Online dos Portugueses 2024”, 41% dos jogadores inquiridos utilizam plataformas de jogo ilegais apesar de a grande maioria (90%) declarar saber que é necessária licença para operar em Portugal. Atualmente, há quatro operadores ilegais entre as 15 maiores plataformas de jogo online do país.

Nas faixas etárias dos 18 aos 24 anos e dos 25 aos 34 anos de idade, a utilização exclusiva dos operadores licenciados é de 52,1%. O presidente da APAJO considera que “os operadores licenciados, o legislador e o regulador têm que apontar a uma maior preponderância do jogo online exclusivamente legal, diria que nunca inferior a 80% dos utilizadores.”.

“Neste momento, os operadores ilegais são maioritariamente projetos obscuros que ostensivamente tentam explorar a facilidade com que conseguem chegar a audiências portuguesas ao mesmo tempo que evitam todas as regras de proteção do consumidor e o pagamento de impostos. Este tipo de organização põe os jogadores em todo o tipo de riscos, dos seus saldos aos seus dados pessoais e financeiros e que chegam a ter comportamentos predatórios com públicos vulneráveis”, alerta Ricardo Domingues.

O presidente da APAJO lembra ainda as receitas fiscais que são perdidas com este mercado negro, na ordem dos 100 milhões de euros. “Seria decisivo impedir que estes operadores se promovam através das redes sociais, de influencers e de artigos patrocinados nos media portugueses e que possam ter disponíveis métodos de pagamento como Multibanco e MBWay”, diz.

Entre os motivos para a opção pelas plataformas ilegais de jogo online estão os bónus mais elevados, as odds (valor que se pode receber ao apostar em determinado resultado) mais altas e a maior oferta de jogos, nomeadamente a maior oferta de apostas desportivas, possibilidade de combinar apostas dentro do mesmo jogo, desportos virtuais, casino ao vivo e apostas em eSports, de acordo com os participantes neste inquérito que envolveu mil entrevistas.

Por outro lado, as licenciadas têm segurança (61,3%), o melhor apoio ao cliente (37,3%) e a maior rapidez de levantamento de prémios (32,6%).

“Se a legislação, regulamentação e regulação permitirem evoluir os produtos licenciados, de forma a corresponder às expectativas dos consumidores, iremos canalizar mais jogadores para o mercado regulado. Os produtos e funcionalidades que os jogadores portugueses identificaram no estudo estão disponíveis há algum tempo noutros mercados regulados europeus”, comentou ainda Ricardo Domingues

Em relação a ferramentas de jogo responsável, quase oito em cada dez jogadores (78,2%) dizem ter conhecimento da sua existência nos operadores licenciados e menos de metade (43,3%) utilizou ou está a utilizar. Quer o conhecimento quer o recurso a estes instrumentos – como os limites de aposta (55%) e de depósito (45,5%) – é mais elevado entre os mais jovens (18 aos 35 anos).

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