Silver Generation. Já chegou?

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Por Mário Barros, Cluster Operations manager da Ingka Centres para o Sudoeste da Europa e presidente da Mesa da Assembleia Geral da Associação Portuguesa de Centros Comerciais

Não é nenhuma novidade que a estrutura demográfica da nossa sociedade está a mudar. Aliás, já mudou. No contexto europeu, a esperança média de vida é cada vez maior, ao passo que a taxa de natalidade tem vindo a diminuir.

A pirâmide populacional de Portugal começou a inverter-se no final dos anos 80, década em que aproximadamente apenas 10% da população tinha mais de 65 anos. Após um pico populacional nos anos 2010, teremos agora mais de 20% da população com idade superior a 65 anos, numa curva populacional descendente que a imigração tem mitigado.

Esta mudança traz consigo a criação de novas dinâmicas. Desde logo, maior atenção aos cuidados de saúde primários, ao aumento da idade de reforma, mas também, no que ao retalho diz respeito, à introdução de novas propostas de lazer e de interacção com públicos cada vez mais envelhecidos, mas ainda activos.

É novidade? Não. Já andamos a falar sobre esta tendência há muitos anos no retalho, mas agora é muito evidente. Começamos a ver acções dirigidas a este segmento em planos de negócios, mas também em termos comunicacionais e de Marketing.

Este segmento de público já não é invisível, é um objectivo. Daqui a uns anos estaremos a falar da Silver Economy e do talento destas pessoas e do seu papel na força de trabalho.

Na realidade, a Silver Generation é, provavelmente, a única que está a crescer e aquela que, como cliente, contará com mais tempo livre, estando em muitos casos já livre de encargos como empréstimos de habitação ou custos com educação.

Mas é este cliente aquele que pensávamos ou tínhamos no nosso imaginário há 10 ou 20 anos, quando se começou a falar deste tema? Do meu ponto de vista, não. Esta geração está rejuvenescida. Reforma-se do trabalho, mas não do lazer, de viajar, do que marca tendência, do cuidado pessoal, procurando manter-se saudável para poder continuar activa.

Nesta perspectiva, será que sabemos como os receber e adaptar os nossos serviços e produtos? Estaremos seguramente no início, mas é inevitável que este tema se torne central nos próximos anos.



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