Sindicato dos Jornalistas propõe paralisação em toda a comunicação social, em solidariedade com a Global Media

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O Sindicato dos Jornalistas (SJ) propôs uma “jornada de solidariedade” com o grupo Global Media, na sequência do anúncio do plano de reestruturação do grupo que prevê a saída de entre 150 a 200 pessoas e que passa também por fazer o pagamento do subsídio de Natal, referente ao ano de 2023, em duodécimos.

Nos dias 6 e 7 de dezembro o Jornal de Notícias (JN), um dos mais importantes títulos do grupo, cumpriu uma greve contra as intenções da administração o que levou a que pela primeira vez em 135 anos de história o jornal não tivesse saído durante dois dias.

“Reconhecendo o esforço pessoal e financeiro dos jornalistas, particularmente no JN, acrescido do desgaste emocional de não ver o próprio jornal nas bancas durante dois dias, o SJ gostaria de juntar todos profissionais da Comunicação Social em Portugal num abraço solidário a estes camaradas, propondo uma paralisação de 1 hora no dia 6 de janeiro (exatamente um mês depois do primeiro dia de greve), em todo o território continente e ilhas”, declara o sindicato em comunicado, enviado às redações. “Uma forma de assinalar esta luta e demonstrar que os jornalistas estão atentos aos grandes desafios do setor.”

Considerando que a paralisação no grupo foi “muito além de uma luta de um jornal histórico ou de gente num dos mais importantes grupos de media em Portugal”, o sindicato liderado por Luís Simões considera que esta “serviu de alerta para os problemas, que os há, noutros grupos, e para as dificuldades, nomeadamente financeiras, no ecossistema dos media portugueses”. Dificuldades essas que “os tornam permeáveis à entrada de investidores cujos titulares e objetivos não temos como conhecer bem, apesar da amplitude das nossas leis”, considera.

O SJ enaltece ainda a cobertura mediática que foi dada a esta greve, acreditando que é “um sinal de que os jornalistas têm consciência dos problemas no setor”.

“É tempo de deixar no passado a velha máxima ‘o jornalista não é notícia’ e olhar de frente para os problemas na classe, sem medo de os denunciar, certos que o necessário reforço dos laços de solidariedade não afetará a saudável concorrência entre as várias marcas”, escreve o sindicato, recordando que os jornalistas “são pessoas”, que “trabalham em empresas, que têm casas (nem todos, infelizmente) e famílias”. “E se têm salários em atraso, se não recebem o subsídio de Natal, se são vítimas de assédio ou de violência, não podem deixar de ser notícia só porque são jornalistas”.

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