SNS: "É um sistema muitíssimo mal gerido!"

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Acusa o PS de ter destruído o SNS que criou e o ministro da saúde de má gestão. Defende a criação de uma taxa de internet para financiar a Comunicação Social. Sugere a criação de um pacto de crescimento para o país entre o governo e as 100 maiores empresas portuguesas. Diz que aumento de salários e descida de impostos devem depender do crescimento do PIB. Não consegue identificar políticas de longo prazo para a economia no discurso dos líderes do PS e do PSD, mas gostou de ouvir Pedro Nuno Santos a defender as empresas.

Empresário e gestor de várias empresas ligadas ao sector da Saúde, Peter Villax lembra que numa empresa que aumentasse o orçamento em 5 anos em 56 por cento, como aconteceu na saúde, sem obter resultados, o gestor seria demitido. "É um sistema muitíssimo mal gerido!”

Diz que há neste sector uma "proliferação de modelos de gestão" sem mando nem qualidade de gestão. Para ajudar à sobrevivência do SNS, defende que as PPP da saúde devem voltar, mas para ficar: "Para as PPP e em força!" 

Nesta entrevista ao programa Conversa Capital, Peter Villax também manifesta a sua preocupação particular com o sector da Comunicação Social. Para o presidente da Associação das Empresas Familiares é preciso financiar o sector da comunicação social através de uma taxa de internet.

Peter Villax contesta os discursos de dirigentes políticos que dizem que "isto está fantástico", qualifica o crescimento económico como "anémico" e diz que nos últimos 8 anos só houve duas políticas com consistência: as contas certas e o estatuto dos residentes não habituais.

Defende uma economia a crescer 4 a 5 por cento ao ano de forma sustentada, políticas fiscais estáveis e medidas para incentivar o investimento estrangeiro. Admite que até seja possível pagar 1000 euros de salário mínimo em 2028, como defende Pedro Nuno Santos, mas para isso acontecer, avisa, a economia tem de crescer mais. Considera que o aumento do rendimento das famílias tem de ser consequência do crescimento da economia e que o eleitorado não pode estar continuamente a ser "subornado" com o aumento dos salários e das pensões. Neste sentido, considera que tudo o que implique aumentar salários ou reduzir impostos deve depender do PIB.

Acusa António Costa de não ter tido políticas de longo prazo para o país, mas para já também não as identifica nos discursos nem de Pedro Nuno Santos nem de Luís Montenegro.

Isto apesar de ter gostado da forma como o novo secretário-geral do PS se dirigiu às empresas no discurso que fez no congresso do PS. De resto, sugere a um futuro governo que convoque os CEO das 100 maiores empresas portuguesas para fazer um pacto de crescimento para o país.

Segundo Peter Villax, reduzir o peso da dívida pública no PIB é aumentar o "balão de oxigénio" da economia portuguesa, mas esse excedente deve ser aplicado no aumento dos salários dos funcionários públicos, na melhoria dos serviços públicos e na redução dos impostos.

Uma entrevista de Rosário Lira (Antena 1) e de Diana do Mar (Jornal de Negócios).

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