Stilwell: OPA à EDP Brasil "aconteceu no momento certo". Vai render 120 milhões em 2024

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Ao contrário do que indicou para a EDP Renováveis - em relação à qual preferiu "não criar expectativas" nem avançar quaisquer metas em termos de resultados para 2024, depois de uma queda a pique de 50% nos lucros de 2023 -, Miguel Stilwell d'Andrade, CEO da EDP, está "muito otimista" em relação ao desempenho da casa-mãe este ano.    

Sublinhando que não é comum avançar com perspetivas financeiras tão cedo, o responsável prevê para 2024 um lucro líquido recorrente de 1,3 mil milhões de euros, em linha com o registado em 2023. Esta quinta-feira, a EDP deu conta de lucros de 952 milhões de euros no ano passado, o que representa um aumento de 40% face aos 679 milhões de 2022.

"2023 foi um ano recorde. Para a EDP Renováveis foi mais desafiante, mas isso faz parte de sermos um grupo tão diverso, é uma das mais valias de ter este mix energético e de negócios", disse Stilwell durante uma "call" com analista para apresentar os resultados anuais. 

"Estou muito otimista para 2024. Vamos ver como corre o ano. Esperamos conseguir avançar metas para 2025 e 2026 durante o decorrer dos próximos meses", acrescentou o CEO, justificando o otimismo com a otimização do portefólio da empresa, bons níveis de água nas barragens, a expectativa de um ano hidrológico "médio", maiores receitas reguladas das redes de eletricidade (sobretudo no Brasil) que já pesam 30% no EBITDA e "funcionam como um estabilizador", e ainda as receitas da operação de tomada de controlo a 100% da EDP Brasil, que rendeu 80 milhões em 2023 e este ano terá um impacto esperado de 120 milhões de euros.    
Sobre a OPA da EDP à EDP Brasil, o CEO disse que "aconteceu no momento certo e com condições favoráveis, que valeram a pena no curto e no longo prazo".  

Depois de um salto de quase 63% na produção hídrica em Portugal em 2023 - na sequência da seca extrema em 2022, "a pior em 90 anos", sublinhou o CEO - a EDP arranca 2024 dando conta de um "começo de ano forte", com a geração hídrica acima da média e as barragens cheias, nos 85% da sua capacidade (20 pontos percentuais acima da média histórica. Aos analistas, o CEO da EDP não antevê grande volatilidade na produção hídrica. Para este ano a elétrica espera também menos custos face a 2023 com a compra de gás natural para as centrais térmicas, tendo em conta a tendência de queda dos preços nos mercados internacionais. 

No que diz respeito à produção de eletricidade esperada, a EDP refere que cerca de 75% dos volumes para 2024 têm já um preço de venda garantido de 100 euros por MWh. Na rotação de ativos, a EDP vendeu 700 MW em 2023 e encaixou 460 milhões, estratégia que vai continuar em 2024, com 50 milhões de ganhos já assegurados com as primeiras operações do ano. "Continua a haver um grande interesse dos investidores estratégicos, apesar de ter mudado o perfil dos compradores. Mas o apetite mantém-se", disse Stilwell.

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