Supremo Tribunal de Israel decreta o alistamento de judeus ultraortodoxos no exército, deixando Governo de Netanyahu em risco

2 meses atrás 57

O Supremo Tribunal de Israel decidiu, por unanimidade, que o exército israelita deve começar a recrutar os judeus ultraortodoxos para o serviço militar, avança a agência noticiosa Associated Press (AP). Estas decisões podem conduzir a uma retirada do apoio dos deputados ultraortodoxos à coligação governamental de Bejamin Netanyahu, formada por formações políticas de direita, extrema-direita e judaicas ultraortodoxas.

A decisão surge depois de o Parlamento israelita ter aprovado, há duas semanas, um plano de isenção militar e recrutamento para os judeus ultraortodoxos. Contudo, o tribunal decidiu, esta terça-feira, que por não haver uma lei que distinga os estudantes judeus das escolas talmúdicas dos demais recrutas, os judeus ultraortodoxos passam a ser elegíveis para cumprir o serviço militar.

O Governo israelita está a realizar “uma aplicação seletiva inválida, que representa uma grave violação do Estado de direito e do princípio segundo o qual todos os indivíduos são iguais perante a lei”, escrevem os juízes do Supremo na sua decisão. Em março, o tribunal já ordenara a suspensão de subsídios estatais para os ultraortodoxos que estudam nas escolas talmúdicas, onde dedicam a vida ao estudo da Torá (livro sagrado do judaísmo), o que os isentava do serviço militar.

BART MAAT/Getty

Embora a comunidade ultraortodoxa seja minoritária (estes judeus representam pouco mais de 12% da população), o Governo depende dos partidos ultraortodoxos, que apoiaram a coligação governamental do primeiro-ministro Netanyahu em troca da isenção desta comunidade do serviço militar. Com a exclusão deste benefício, poderão provocar a queda do Governo, o que levaria a novas eleições, numa altura em que a guerra em Gaza está prestes a atingir o nono mês e o número de soldados israelitas mortos continua a aumentar.

Mais de 80% dos judeus israelitas são a favor de uma mudança na isenção dos ultraortodoxos, segundo uma sondagem do Jewish People Policy Institute (JPPI), um grupo de reflexão apartidário, citada pelo jornal americano “The Washington Post”. Cerca de 45% apoiam medidas coercivas e 36% métodos de persuasão para o recrutamento.

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