Taiwan diz que Pequim ofereceu suborno a piloto para roubar helicóptero

10 meses atrás 71

O esquema fracassou depois de o oficial ter sido preso, em agosto, por suspeitas de espiar para Pequim, de acordo com a acusação da Procuradoria do Supremo Tribunal de Taiwan, publicada na impresa local da ilha.

O piloto, identificado pelo apelido Hsieh, foi abordado em junho pelos serviços secretos da China, através de um oficial reformado do exército taiwanês, para levar o helicóptero CH-47 Chinook para o porta-aviões, acrescentou.

"De acordo com as instruções dos agentes [chineses], foi pedido ao tenente-coronel Hsieh que pilotasse o helicóptero a baixa altitude ao longo da costa até ao porta-aviões comunista chinês, que estaria a realizar exercícios perto das águas a 24 milhas náuticas [44 quilómetros] de Taiwan", referiu a acusação.

O Ministério Público disse que, em troca, Hsieh receberia o equivalente a cerca de seis mil euros por mês e que o Exército chinês ajudaria a retirar a família do militar para a Tailândia, em caso de conflito entre os dois lados do estreito.

Hsieh recusou inicialmente a proposta por ser demasiado arriscada, mas aceitou-a mais tarde quando os agentes do continente aumentaram a oferta para 15 milhões de dólares (14 milhões de euros) com "um depósito" de um milhão de dólares (920 mil euros), de acordo com a acusação.

Hsieh também propôs que o Exército chinês realizasse o exercício em águas próximas da cidade de Kaohsiung, no sul de Taiwan, de modo a não ter de atravessar a linha mediana que separa a ilha e o continente no estreito de Taiwan, minimizando assim a possibilidade de o helicóptero ser intercetado pela força aérea de Taiwan, disseram os procuradores.

A acusação referiu que Hsieh realizou uma teleconferência com agentes do continente em julho para discutir os pormenores da alegada deserção, incluindo a retirada da família para a Tailândia.

Os procuradores ordenaram a detenção de Hsieh e do oficial reformado na sequência de uma denúncia, o que "impediu que o avião fabricado nos EUA caísse nas mãos das forças comunistas", referiu a acusação.

A possível deserção surgiu depois de os deputados terem interrogado o ministro da Defesa de Taiwan, Chiu Kuo-cheng, numa reunião sobre falhas de segurança no seio das Forças Armadas e as medidas que o Ministério devia adotar em resposta.

"Também eu me sinto triste por ter descoberto um caso como este e os alegados envolvidos devem ser punidos de acordo com a Lei", disse Chiu aos deputados.

Numa declaração divulgada na segunda-feira, o Ministério da Defesa afirmou que as Forças Armadas e as agências de segurança de Taiwan tinham conduzido uma inquérito interno e cooperado plenamente com o sistema judicial nas investigações.

Os procuradores taiwaneses acusaram, em 27 de novembro, um grupo de oficiais no ativo e reformados, de cooperarem com a espionagem chinesa.

China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo Governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas.

Pequim, que considera Taiwan uma província sua que deve ser reunificada pela força, caso seja necessário, intensificou as operações militares em torno da ilha autónoma desde agosto do ano passado, depois de a então Presidente da Câmara dos Representantes dos EUA Nancy Pelosi ter visitado Taipé.

Pequim afirmou que a visita constituía uma violação da soberania chinesa e da política de 'Uma só China' dos EUA.

Os Estados Unidos, tal como a maioria dos países, não reconhecem Taiwan como um Estado independente, mas opõem-se a qualquer alteração unilateral pela força do 'status quo' entre os dois lados do estreito.

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