Teremos (até junho) Mbappé

A vantagem da primeira mão dava conforto e conforto foi coisa que nunca faltou ao Paris SG na visita a San Sebastián. Esta terça-feira, os parisienses voltaram a bater a Real Sociedad (0-2) e carimbaram o passaporte para os quartos de final da Liga dos Campeões.

Sem Gonçalo Ramos e Danilo, que não saíram do banco, mas com Nuno Mendes e Vitinha, os franceses controlaram grande parte do encontro. Quando passaram pelo momento de maior aperto, e que mesmo assim não significou um grande domínio do adversário, os homens de Luis Enrique já tinham uma vantagem praticamente irrecuperável na eliminatória.

Kylian Mbappé, cuja saída do clube está praticamente garantida, voltou a ser a grande figura. E se teremos sempre Paris para recordar como a porta de entrada do internacional gaulês na mesa dos grandes, a verdade é que Paris propriamente dito só o terá, porventura, até junho. É aproveitar.

Com um génio destes...

O primeiro quarto de hora foi pautado por equilíbrio, ainda que com mais bola para os forasteiros. Logo após estar dobrado esse marco no cronómetro, o suspeito do costume fez das suas: depois de fazer gato-sapato de Igor Zubeldia, Mbappé teve espaço para o remate e fez o que tão bem sabe, marcar. Com um remate cruzado e muito colocado, o internacional francês colocou a equipa mais perto da fase seguinte e, pelo meio, obrigou a uma intervenção do staff para reparação da rede.

O que já era difícil tornou-se quase impossível para a formação espanhola. A reação também não deu asas para sonhar. Após o golo sofrido, a Real Sociedad não teve qualquer resposta para dar ao campeão francês. Os bascos continuaram com muitas dificuldades para implementar o seu estilo de jogo dominante e de fazer o adversário correr atrás da bola. Pelo contrário, foi o Paris SG quem mais bola teve, fazendo uso dela para gerir os ritmos e deixar também que o relógio fizesse o seu papel.

Durante a primeira metade, Donnarumma foi mero espetador e o mesmo aconteceu nos minutos iniciais da segunda metade. Uma melhor entrada gaulesa traduziu-se no segundo tento, aos 56 minutos, novamente por intermédio de Mbappé. O avançado foi lançado na profundidade, ganhou metros em direção à baliza de Remiro e bateu o guardião ao primeiro poste.

Reação tardia e insuficiente

O segundo golo dilatou a vantagem parisiense para 0-4 no agregado e foi o golpe final. A Real Sociedad espevitou, aproveitando também algum relaxe dos jogadores adversários, cresceu e chegou ao último terço com mais frequência do que nunca.

Ainda assim, a reação foi tardia e já pouco havia a fazer. Ánder Barrenetxea teve um golo anulado pouco depois da hora de jogo e a fraca pontaria dos anfitriões também não ajudou. Aos 79', Oyarzabal teve a melhor chance de todo o encontro, mas rematou à figura de Donnarumma, já na pequena área.

O esforço, contudo, acabou recompensado já em cima do minuto 90. Na sequência de uma jogada pela direita, Donnarumma intercetou o cruzamento, mas o alívio não foi perfeito e Merino aproveitou para emendar. Um golo de consolação para a turma espanhola, que se despediu esta noite das provas europeias. O Paris SG, por outro lado, segue em frente na busca pela tão desejada orelhuda.