Três detidos na onda de ataques contra magistrados no centro de Moçambique

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O Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic) de Moçambique anunciou hoje a detenção de três suspeitos, incluindo um menor, no caso do assalto às instalações da procuradoria na província de Manica, centro do país.

"O Sernic entrou em ação para recuperar os bens subtraídos na procuradoria e foi possível neutralizar estes três indivíduos", declarou em Manica o porta-voz da entidade em Manica, Paulo Tapua, momentos após apresentar o grupo suspeito à comunicação social.

O crime terá ocorrido no fim de semana de 20 e 21 de janeiro, quando os indiciados invadiram instalações provinciais da procuradoria em Manica, na ausência de quadros que trabalham na instituição, disse, na altura, à Lusa Remigy Guiamba, procurador-chefe em Chimoio, capital provincial, suspeitando que o grupo tinha a intenção de extrair processos.

Segundo o Sernic, entre os detidos, o menor, de 14 anos, terá sido responsável por invadir as instalações pela janela, após partir o vidro.

O grupo terá vasculhado processos que estavam na secretária do procurador-chefe em Chimoio, afirmou, na altura, Remigy Guiamba. Além de vandalizarem a secretária do procurador-chefe, os indiciados apoderaram-se de um computador portátil, de um telemóvel e de uma `pen drive´.

Desde o ano passado, as autoridades moçambicanas registaram pelo menos quatro casos em que grupos desconhecidos invadiram propriedades ou gabinetes de magistrados em Manica.

Na madrugada de 29 de fevereiro, outro grupo desconhecido vandalizou a casa do procurador-chefe distrital de Manica, no centro de Moçambique, relatou a própria vítima.

Em 05 de fevereiro, a imprensa em Manica noticiou um outro caso em que desconhecidos assaltaram o Gabinete Provincial de Combate à Corrupção, tendo também extraído processos e um computador.

Em maio de 2023, um grupo desconhecido protagonizou um assalto a pelo menos quatro casas num condomínio de magistrados em Chimoio, tendo-se apoderado de computadores, telemóveis e dinheiro.

O Ministério Público moçambicano repudiou , no início do mês, os ataques contra propriedades e magistrados na província de Manica, alertando para a "afronta à administração de Justiça" no país.

A Associação Moçambicana dos Magistrados do Ministério Público também condenou os ataques, alertando para a "falta de segurança" em instituições de justiça, que tem estado a "causar enormes danos" ao Estado moçambicano.

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