Tribunal do Vaticano reúne-se para ditar sentença ao cardeal Becciu

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A reunião à porta fechada dos juízes do Tribunal do Estado da Cidade do Vaticano deverá prolongar-se até às 15:45 locais (14:45 em Lisboa), e o veredicto deverá ser anunciado ao final da tarde de hoje.

O presidente do Tribunal, Giuseppe Pignatone, abriu a audiência final esta manhã agradecendo a todos os que "tornaram possível a realização deste julgamento, certamente invulgar pela sua complexidade quantitativa e qualitativa para o Estado do Vaticano".

O Cardeal Becciu, 75 anos, o arguido mais proeminente, foi o primeiro cardeal a ser julgado por um tribunal do Vaticano e não esteve presente na audiência desta manhã.

O procurador do Vaticano, Alessandro Diddi, pediu a sua condenação a sete anos e três meses de prisão, bem como a um total de cerca de 70 anos de prisão, desqualificação e indemnização pelos restantes crimes.

A acusação prende-se com a compra de um edifício no centro de Londres, pela Secretaria de Estado do Vaticano, quando Becciu era responsável pelos Assuntos Gerais (2011-2018), uma operação altamente especulativa que criou um buraco nas contas da Santa Sé de pelo menos 139 milhões de euros.

Mais concretamente, tratava-se de um edifício na Sloane Avenue, antiga sede dos grandes armazéns Harrods, no bairro exclusivo de Chelsea.

A acusação alega que o edifício tinha custado à Santa Sé cerca de 350 milhões de euros, mas foi posteriormente vendido pelo Vaticano por 186 milhões de libras (cerca de 214 milhões de euros).

Além disso, a aquisição terá sido utilizada para extorquir dinheiro ao Vaticano e demonstrou a falta de transparência e as irregularidades nas contas da Santa Sé, indica a acusação.

Os outros arguidos, acusados de crimes como peculato, fraude agravada, extorsão e branqueamento de capitais são os funcionários do Vaticano René Brülhart, Tommaso Di Ruzza e Fabrizio Tirabassi, bem como o padre Mauro Carlino, antigo secretário de Becciu.

Também aguardam a sentença os corretores e mediadores financeiros Enrico Crasso, Raffaele Mincione, Cecilia Marogna, Gianluigi Torzi e Nicola Squillace, acusados de lucrar e defraudar a Santa Sé.

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