Turismo amplamente considerado essencial para a cidade do Porto

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Estudo realizado pelo ISAG-EBS em parceria com a Fundação Consuelo Vieira da Costa, indica que mais de metade dos residentes na Área Metropolitana do Porto defendem que o turismo tem efeitos positivos na cidade.

Apenas 4% dos residentes na Área Metropolitana do Porto (AMP) consideram que o turismo tem efeitos negativos na cidade do Porto. Destacam como mais-valias a capacidade de gerar riqueza e emprego, de atrair investimento, o facto de o sector ser atualmente o principal motor do desenvolvimento económico da cidade. Admitem, no entanto, que a atividade tem um impacto inflacionista nos preços praticados, tanto no comércio como na habitação, e por isso defendem que o governo local e o governo central devem tomar medidas para evitar a subida dos preços. Tendem, ainda, a concordar que as autoridades governativas devem impor limites ao número de turistas.

Estas são algumas das conclusões do estudo ‘Sustentabilidade Económica do Turismo no Porto’ realizado pelo ISAG-European Business School (ISAG-EBS) em parceria com o Centro de Investigação em Ciências Empresariais e Turismo da Fundação Consuelo Vieira da Costa (CICET-FCVC), que resultou da aplicação de inquéritos por questionário e incidiu sobre uma amostra de 678 residentes na AMP.

Em comunicado, as partes responsáveis afirmam que, questionados relativamente à perceção sobre o impacto global do turismo no desenvolvimento local, apenas 3% dos inquiridos consideram que o sector tem sobretudo efeitos negativos e somente 1% diz que só traz efeitos negativos. Para 44% dos residentes na AMP, o turismo tem efeitos positivos e negativos, enquanto 26% afirmam que traz sobretudo efeitos positivos. E ainda há 25% que defendem que o sector só traz efeitos positivos para a cidade.

Os inquiridos foram convidados a avaliar, numa escala de concordância de 1 a 5 valores, os principais contributos do sector para a economia do Porto, tendo considerado que é importante em termos económicos (4,35), uma das principais fontes de rendimento para o desenvolvimento (4,17) e que o aumento dos rendimentos da população está relacionado com o desenvolvimento do sector (3,67).

Destacam também a capacidade do turismo na captação de investimento (4,11) e na criação de emprego para a população local (4,09), admitindo que a diminuição da atividade fará com que um grande número de habitantes perca o seu posto de trabalho (3,83). Consideram ainda que o aumento dos impostos relacionados com o sector contribui para o aumento das receitas públicas (3,73) e que a população local está motivada para criar negócios no sector (3,66).

Tratando-se de uma atividade económica, refere o comunicado, o turismo tem também associados alguns efeitos negativos. Os inquiridos concordam que o sector tem um impacto inflacionista nos preços praticados na cidade (3,84), mostram um certo grau de discordância perante a afirmação de que o artesanato é vendido a preços justos (2.79), tal como as refeições e das bebidas (2,61) e os produtos locais (2,56). E tendem a discordar que o ‘preço global do alojamento/habitação é justo’ (2,08).

Nesse sentido, defendem que o governo e/ou o município devem tomar medidas restritivas para evitar subidas de preços (4,25), assim como para preservar o ambiente e conservar os recursos turísticos (3,94). E tendem a concordar que se devem impor limites ao número de turistas no Porto (3,01).

Neste estudo, foi também avaliado o impacto económico e turístico gerado no Porto, tendo por base a amostra de 223 residentes fora da AMP ou no estrangeiro. Dentro deste universo, 77% afirmaram estar em turismo na cidade. Passaram, em média, 4,7 noites, tendo a maioria escolhido ficar alojada em hotel (56%), principalmente de 4 estrelas (44%), 3 estrelas (29%) e 5 estrelas (21%). Em Alojamento Local pernoitaram 21% dos inquiridos, enquanto 11% ficaram em casa de amigos ou familiares e outros 11% em hostel.

Os principais fatores que estiveram na base da escolha do alojamento foram sobretudo o preço (35%), a recomendação de amigos e familiares (21%) e a notoriedade do estabelecimento (18%). Durante a estadia, os inquiridos responderam ter gastado, em média, cerca de 690 euros diários. Neste valor incluem-se as despesas com alojamento (294,85 euros diários), seguido das compras ou presentes (116,62 euros diários), das refeições (115,16 euros diários), das atividades de cultura e lazer (98,49 euros diários) e, por último, das deslocações (66,57 euros diários).

No que diz respeito às atividades realizadas na cidade, as mais mencionadas foram as visitas ao Centro Histórico do Porto (64 %), a património/monumentos/museus (53%) e às caves do Vinho do Porto (41%), as experiências gastronómicas (40%) e de degustação de vinhos (30,94%).

De acordo com os dados do estudo, o grau de satisfação geral com a visita à cidade fixou-se nos 4,3 valores, sendo que cerca de 90% dos inquiridos disseram estar satisfeitos ou muito satisfeitos. Compreende-se, portanto, a razão pela qual 94% tenham afirmado que tencionam recomendar o Porto a amigos e familiares e 90% tenham manifestado a intenção de repetir a visita.

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