UE aprova tarifas até 45% a elétricos feitos na China. Muitas abstenções e o contra alemão

3 horas atrás 27

Uma negociação difícil resultou num acordo marcado por muitas abstenções e o não da Alemanha.

Depois de vários meses de negociação, os países da União Europeia (UE) chegaram a um acordo sobre a aplicação de tarifas mais elevadas aos elétricos produzidos na China.

Em causa está a “concorrência desleal” do Governo Chinês, que Bruxelas acusa de financiar e de fazer baixar artificialmente os preços dos carros elétricos produzidos naquele país.

A votação, que aconteceu esta sexta-feira de manhã, foi marcada por muitas abstenções e está longe de ser um tema pacífico. Segundo avança a Reuters, foram 10 os Estados-membros que votaram a favor (31,36%), 5 votaram contra (22,65%), incluíndo a Alemanha, e 12 (44,99%) abstiveram-se.

MG4 na estrada, frente 3/4© MG A MG é uma das marcas mais penalizadas com esta decisão, com tarifas que vão ultrapassar os 45%.

Não houve uma maioria qualificada, mas também não houve uma maioria simples a votar desfavoravelmente. Isto significa que a Comissão Europeia poderá avançar com a implementação das tarifas.

A grande abstenção registada nas votações, parece ser um reflexo das dúvidas sobre qual a estratégia certa para enfrentar a China. Os receios de retaliação comercial, também fizeram muitos países recuar, à medida que a data decisiva se aproximava.

Na passada quinta-feira, Espanha, que se absteve, disse que a UE deveria procurar um entendimento e negociar com a China. “Há muito em risco na nossa indústria doméstica”, escreveu Carlos Cuerpo, ministro da economia, numa carta direcionada ao vice-presidente da CE, Valdis Dombrovskis.

Apesar dos resultados da votações, a CE garante que vai continuar a negociar com a China em paralelo “para explorar uma solução alternativa“. A regulação final só será anunciada no dia 30 de outubro, avançou também a Comissão.

Próximos passos

A CE vai agora avançar com a implementação das tarifas, que vão estar em vigor durante os próximos cinco anos.

As tarifas suplementares têm assim como objetivo compensar os efeitos prejudiciais dos subsídios e reduzir as diferenças entre os construtores chineses e europeus.

Tarifas ligeiramente mais baixas

As tarifas de importação previamente anunciadas foram, entretanto, revistas em baixa, ainda que muito ligeiramente. Se antes iam até aos 37,6%, a taxa máxima fixa-se agora nos 35,3%. Convém recordar que a esta taxa serão acrescentados os 10% que já estão a ser aplicados atualmente. Ou seja, há automóveis elétricos “made in China” que poderão ser taxados até 45,3%.

As tarifas impostas não são iguais para todos os fabricantes de automóveis, sendo que aos que não cooperaram com a investigação da UE, será aplicada a taxa máxima. Os que cooperaram terão taxas mais reduzidas. Estes são os novos valores:

GruposMarcas/ModelosTaxa
AiwaysAiways (todos)20,7%
BMW-BrillianceBMW iX320,7%
BMW-Great Wall MotorsMini Cooper e Aceman35,3%
BYDBYD (todos);
Denza (todos)
17%
ChanganAvatr (todos)20,7%
CheryOmoda (todos)20,7%
DongfengDacia Spring (joint venture Renault);
Forthing (todos);
Seres (todos);
Voyah (todos)
20,7%
FAWHongqi (todos);20,7%
GeelyLynk & Co (todos);
Lotus Eletre e Emeya;
Polestar (todos);
Smart (todos);
Volvo EX30 e EX90;
Zeekr (todos)
18,8%
Great Wall MotorsGWM (todos)20,7%
LeapmotorLeapmotor (todos)20,7%
NIO NIO (todos)20,7%
SAICMG (todos);
Maxus (todos)
35,3%
TeslaModel 37,8%
Volkswagen-JACCUPRA Tavascan35,3%
XPengXPeng (todos)20,7%

A UE não é a primeira a avançar com tarifas de importação aos elétricos produzidos na China. Tanto os EUA como o Canadá anunciaram tarifas de 100%.

Fonte: Automotive News Europe, Euronews e Reuters

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