Infelizmente, estamos a assistir à repetição daquilo que aconteceu há cem anos, isto é, vemos demasiados católicos, do sector beato ou mesmo beto beato, a ingressar nas fileiras de direitas radicais que assentam a mensagem na divisão e no ódio, a óbvia negação do Monte das Oliveiras. Vamos lá ver se nos entendemos: uma pessoa pode ser nacionalista e populista e radical, mas não pode ser nacionalista e católica ao mesmo tempo. Não dá. Não podemos ter sol na eira e chuva no nabal. Podem ser de uma direita radical e nacionalista, mas não podem ser de uma "direita religiosa", a não ser que pratiquem outra religião. Católicos é que não são. Porque um católico no Chega é como um bloquista na especulação imobiliária: é uma contradição nos termos. A mensagem bíblica é o exato oposto da mensagem populista. O ódio ao estrangeiro de pele escura (o bom samaritano) e o ódio ao homossexual é uma direta negação da misericórdia exigida pela Bíblia. Problema? O beato não lê a Bíblia e só se interessa pelas relações de poder clerical, segue bispos reacionários que pregam umasegurança que não existe e o não o Evangelho, que é um fator de desassossego permanente.