União Europeia anuncia que acordo de 50 mil milhões para financiar Ucrânia

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Os 50 mil milhões de euros estavam bloqueados pelo veto da Hungria. Que, sabia-se, mais cedo ou mais tarde acabaria por ser ultrapassado. Mas tudo indica que o problema acabará por voltar a colocar-se.

“Temos acordo”, revelou Charles Michel, presidente do Conselho Europeu. A União Europeia conseguiu desbloquear o veto da Hungria ao financiamento de 50 mil milhões de euros a enviar para a Ucrânia.

“Temos acordo. Os 27 dirigentes chegaram a acordo sobre um pacote de apoio adicional de 50 mil milhões de euros para a Ucrânia no âmbito do orçamento da UE”.  Segundo avança a União, este acordo garante um financiamento estável, a longo prazo e previsível para a Ucrânia.

“A UE está a assumir a liderança e a responsabilidade no apoio à Ucrânia; sabemos o que está em jogo”, anunciou Charles Michel. O que o presidente não disse é que a assunção da responsabilidade tem mais a ver com uma antecipação do que fará Donald Trump sobre o que tem a ver com a Ucrânia, se chegar a ser presidente mais uma vez.

O financiamento do apoio à Ucrânia tem sido liderado a enorme distância pelos Estados Unidos, mas as recentes dificuldades de a administra democrata fazer passar no Congresso um novo apoio de 100 mil milhões de euros (por ‘culpa’ do Partido Republicano) sinalizou à União Europeia que está possivelmente chegada a hora de assumir responsabilidades.

Resta saber se a poderosa indústria de defesa dos Estados Unidos concordará em deixar de ter receitas como até agora. É que uma parte substancial dos pacotes de ajuda financeira norte-americanos nunca chegavam a sair do país: iam diretamente para as receitas da indústria local. Mas talvez isso não venha a acontecer: afinal, a Ucrânia terá de continuar a comprar armamento – e com certeza continuará a ser cliente das empresas que têm fornecido o país até agora.

Ou seja, enquanto o financiamento de Estado dos norte-americanos beneficiava a economia, o financiamento da União Europeia sairá todo do espaço dos 27, não criando qualquer benefício. O que quer dizer que, a prazo, o problema voltará a colocar-se: nada indica que a Hungria, possivelmente acompanhada pela Eslováquia, não venham no futuro a tentar bloquear novas transferências.

Por outro lado, as dificuldades de a União encontrar um equilíbrio no financiamento à Ucrânia estão bem patentes neste momento: o sector agrícola está a entrar em stress depois de perceber quais são as consequências da entrada dos cereais ucranianos sem terem de pagar a aduana da passagem das fronteiras.

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