A atualização salarial decorre de negociações entre empresa e sindicato. Este último refere que o desfecho é insuficiente, mas sublinha que as condições foram aceites em face do contexto de a empresa estar em vias de ser vendida.
Os trabalhadores da Altice em Portugal vão ser aumentados em 1,6% acrescidos de oito euros, com um valor mínimo de 40 euros de atualização salarial, após negociações entre a empresa e o STPT (Sindicato dos Trabalhadores do Grupo Altice). Na origem esteve o receio da “possível venda da empresa a qualquer momento”.
“Excepcionalmente, ponderando a urgência de minimizar o efeito da possível venda da empresa a qualquer momento, considerando que no seu conjunto a proposta da Comissão Executiva minimiza o efeito da perda do poder de compra e estabelece compromissos importantes a Direção entendeu chegar a acordo e subscrever os resultados finais alcançados na negociação com a empresa”, revela o sindicato em comunicado.
Num comunicado enviado às redações, o Sindicato dos Trabalhadores do Grupo Altice Portugal fez saber que a proposta que apresentou não foi aceite. Pode ler-se que a proposta “era inovadora” e assentava em subidas salariais plurianuais alinhadas com a evolução da inflação e com a partilha com os trabalhadores de parte do crescimento dos resultados operacionais gerados pela Altice Portugal.
Escreve o STPT que “a COMEX [Comissão Executiva da Altice Portugal] não entendeu, mais uma vez, como adequado no atual enquadramento iniciar uma negociação com os pressupostos propostos pelo STPT”, mas aceitou estabelecer no protocolo “um compromisso da comissão executiva com o início da negociação sobre esta matéria”.
O organismo sindical optou por “subscrever os resultados finais alcançados na negociação com a Empresa” mas sublinhou que se trata de uma situação excecional, em face da urgência existente, dado que uma futura venda da empresa parece estar para breve.
“Nas condições atuais onde a venda da Altice Portugal é uma situação iminente com consequências imprevisíveis e não havendo perda de direitos e benefícios para os trabalhadores nos resultados obtidos, protelar a negociação cujos resultados já não evoluirão por parte da Empresa ou poderão até ser anulados se a venda entretanto se vier a verificar, em que toda a matéria negociada poderá ser posta em causa”, alertou o STPT.
“A não assinatura por parte dos sindicatos levaria a um acto de gestão unilateral da COMEX cujos resultados seriam imprevisíveis para os trabalhadores”, considera o sindicato