André Moreira recorda Atlético de Madrid: «O Fernando Torres fez-me três chapéus em três minutos»

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O '4 Cantos do Mundo' é um podcast do jornalista Diogo Matos ao qual o zerozero se uniu. O conceito é relativamente simples: entrevistas a jogadores/ex-jogadores portugueses que tenham passado por pelo menos quatro países no estrangeiro. Mais do que o lado desportivo, queremos conhecer a vertente social/cultural destas experiências. Assim, para além de poder contar com uma entrevista nova nos canais do podcast nos dias 10 e 26 de cada mês, a partir de agora pode também ler excertos das conversas no nosso portal.

Se o questionarmos acerca de jogadores portugueses que passaram pelo Atlético de Madrid, acreditamos que o nome de André Moreira será um dos últimos que lhe virá à cabeça, caro leitor. No entanto, o guarda-redes esteve contratualmente ligado ao clube da capital espanhola entre 2014 e 2019. De forma natural, a passagem pelos colchoneros foi tema de conversa no mais recente episódio do '4 Cantos do Mundo'. 

«Nos dois/três primeiros meses senti que estava mais perto de deixar o futebol do que de continuar a jogar [risos]. Eu sentia que tinha 200 kg e que a bola passava por mim a 200 km/h. Não conseguia defender uma bola, ainda para mais, como era miúdo, era eu que ficava no fim para eles treinarem finalização- e eu todo contente. O Carrasco foi um dos jogadores que mais surpreendeu, o Griezmann também... Depois tenho um treino que nunca mais me saiu da memória. Estávamos a fazer jogo em campo reduzido e o Fernando Torres, que naquela altura já não estava na sua melhor forma física, fez-me três chapéus/picadas num jogo de três/quatro minutos. A diferença de qualidade para o que eu estava habituado era tanta que até o Fernando Torres em défice físico me picava a bola com a maior facilidade. Hoje em dia, se me picarem uma bola, sei que a seguir não têm a mínima hipótese de me marcarem um golo da mesma forma a seguir [risos]», começou por contar André Moreira. 

A transferência do Ribeirão para o Atlético de Madrid foi uma das mais surpreendentes do mercado de verão de 2014, sendo que o guarda-redes, agora na Arábia Saudita, deu a conhecer a forma como o processo se desenrolou: «Desde o início sabia que ia ser emprestado até se justificar ficar no plantel- fosse pela minha performance desportiva ou por outra situação qualquer, como acabou por acontecer com a lesão do Moya. Percebi que era muito bom, mas que tinha de trabalhar muito para poder estar naquele nível. Não tive dúvidas em assinar pelo Atlético, tentei apenas deixar-me levar para desfrutar do momento. Até porque seis meses antes de começar a jogar no Ribeirão, na transição de júnior para sénior, eu tinha pensado em deixar o futebol. Foi tudo muito rápido.»

Apesar de nunca ter jogado pela formação comandada por Diego Simeone, André Moreira não esquece os ensinamentos que lhe foram transmitido nessa altura. «Houve várias coisas na minha carreira que podia ter feito diferente, mas uma das coisas de que mais me arrependo foi ter saído do Atlético no ano depois de ter feito parte do plantel. É certo que em 2016/17 não disputei qualquer minuto, mas adquiri muito a nível de aprendizagem. Em termos de vivências e de convívio com jogadores que já tinham ganho tudo ou iriam ganhar tudo, havia pouco mais que eu podia fazer», rematou.

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