O que vai marcar a banca em 2024? Para Paulo Macedo, presidente da CGD, este é um ano de “desaceleração do aumento da rentabilidade da banca”.
O CEO da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Paulo Macedo, em mais um Encontro Fora da Caixa, desta vez no Porto, apresentou perspectivas para o ano de 2024 em termos económicos, mas também para a banca.
“A banca europeia encontra-se num momento crucial”, disse o banqueiro. Isto porque, explicou, vê-se confrontada com a evolução das condições económicas, com as revoluções tecnológicas e uma agenda premente de sustentabilidade. A banca está a preparar-se para um ano de transformações significativas”.
O que vai marcar a banca em 2024? Para o presidente da CGD este é um ano de “desaceleração do aumento da rentabilidade da banca”. Isto porque os bancos centrais vão começar a baixar as taxas de juro diretoras; a zona euro pode estar a entrar numa recessão; e a procura de crédito está a diminuir.
O equilíbrio entre a necessidade de diminuição de custos versus a necessidade de novos investimentos, é outro ponto abordado por Paulo Macedo na perspectiva para a banca. Quais são as prioridades para a banca que permitirão reduzir custos estruturais e libertar recursos para o crescimento? O CEO da CGD responde dizendo que é preciso um controlo rígido sobre os custos e manter o investimento em novas tecnologias num ambiente regulatório cada vez mais complexo, “crucial para um sucesso a longo prazo”, diz.
O papel da inovação na redução dos custos foi defendida por Paulo Macedo, na sua apresentação.
O presidente executivo da CGD defende os investimentos estratégicos em detrimento da rentabilidade a curto prazo.
Depois, disse, é preciso maior foco na sustentabilidade, defende o presidente da CGD. “A banca desempenha um papel fundamental contra as alterações climáticas”.
“A banca vai financiar a transição energética”, disse Paulo Macedo que frisou que “não é um chavão”, lembrando que este é um tema para todas as empresas e não apenas para as grandes petrolíferas. Pois, disse, todas as empresas vão ter de decidir se vão ter uma frota automóvel que não emita certo tipo de carbono, ou se vão recorrer a energia solar ou outra renovável.
O CEO da Caixa vai mais longe e revela que cerca de 80% dos diretores do risco dos bancos europeus consideram o risco climático como o principal risco emergente nos próximos cinco anos.
Um desafio para a banca é que terá de se tornar mais atraente para a Geração Z, que representará mais de um quarto da força de trabalho até 2025. “A banca precisa de ser mais empática com os jovens”, pois hoje em dia os jovens não olham para a banca com o primeira escolha de emprego.
Por fim refere as pressões regulamentares em torno da sustentabilidade e os requisitos de divulgação e orientação de atividades económicas sustentáveis estão a aumentar.