O Bank Millennium - banco polaco detido em 50,1% pelo BCP - obteve um resultado líquido de 576 milhões de zlótis (o equivalente a 126,8 milhões de euros) em 2023, segundo avança o BCP, em comunicado enviado esta terça-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Estes números comparam com prejuízos de 1.015 milhões de zlótis (216,7 milhões de euros) em 2022.
Este é o primeiro resultado positivo anual, depois de dois anos a ser penalizado pelos custos derivados dos processos legais relativamente às hipotecas em francos suíços. Indica o banco que este é o quinto trimestre com saldo positivo.
No entanto, ressalva a instituição financeira, "os resultados do Bank Millennium em 2023 mantiveram-se condicionados pelos encargos relacionados com a carteira de créditos hipotecários denominados em francos suíços que totalizaram 3.338 milhões de zlótis (735,3 milhões de euros)".
Na nota enviada ao regulador, o BCP destaca que a margem financeira do Bank Millennium aumentou 57%, que as comissões líquidas diminuíram 3% e que os custos operacionais diminuíram 10% em termos homólogos. Já os proveitos operacionais, excluindo moratória de crédito, aumentaram 14% face a 2022.
No final de dezembro, o banco polaco tinha mais de três milhões de clientes ativos, mais 116 mil face a dezembro de 2022, registando-se, neste período, um aumento de 11% nos depósitos de particulares.
O banco português revela ainda que a sua subsidiária polaca registou um rácio de crédito com imparidades de 4,58%, o que compara com 4,45%. Já o rácio de capital total fixou-se em 18,06% e o rácio "tier 1" em 14,73%, face a 14,42% e 11,28%, respetivamente, em 2022.
"Os rácios de capital situam-se assim acima dos requisitos regulamentares (P2R) de 12,21% e 9,85%, respetivamente", acrescenta a instituição liderada por Miguel Maya.