BCE deverá cortar os juros quatro vezes este ano, segundo economistas

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O inquérito foi realizado pela “Bloomberg” junto de economistas.

O Banco Central Europeu (BCE) deverá cortar as taxas de juro em quatro vezes este ano, segundo um inquérito da “Bloomberg” junto de economistas.

Os cortes deverão ser de 25 pontos base cada devendo arrancar em junho, prosseguindo em setembro, outubro e dezembro, acredita a maioria dos inquiridos.

A taxa de depósito deverá recuar para os 3% no final de 2024, a confirmarem-se estas descidas. Já os mercados estão a descontar seis cortes este ano.

Neste momento, o BCE está a fazer um compasso de espera para ter mais dados sobre a transmissão dos cortes à economia real, com os salários a estarem debaixo de foco dos decisores do BCE.

Os economista estão mais otimistas em relação ao desenvolvimento dos preços, esperando inflação de 2,3% para este ano (menos 0,3 pontos face à previsão de dezembro).

Todavia, o governador do Banco de Portugal (BdP) avisou na semana passada que os cortes deveriam arrancar antes de maio.

“Não penso que seja preciso esperar até maio para tomar decisões”, disse Mário Centeno, também membro do conselho do BCE, em entrevista ao site “Econostream”.

O pensamento de Mário Centeno contrasta com o pensamento de outros membros do BCE que preferem só tomar uma decisão após receberem mais dados sobre a evolução dos salários ao longo de 2024.

“A decisão de manter as taxas nominais inalteradas neste momento é apropriada e vamos decidir quando cortá-las mais cedo do que pensávamos”, acrescentou.

Sobre os dados dos salários, destacou que não existe indicação de que “efeitos de segunda-ronda nos salários se tenham materializado, ou que venham a materializar-se, ou que os salários vão colocar uma pressão adicional nos preços”.

A “pressão variável para a inflação não são os salários, mas os custos unitários laborais”, defendeu.

Centeno apontou que a inflação elevada foi um “fenómeno temporário” tanto ao nível da inflação core como subjacente.

“Os últimos números da inflação dizem-nos duas coisas: um, a redução da inflação vai acontecer mais cedo do que pensávamos há seis meses, e depois, o processo de alívio monetário vai ser mais rápido do que pensávamos há seis meses”, afirmou.

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