O empresário de futebol, César Boaventura, negou ter abordado e aliciado três jogadores do Rio Ave, e um do Marítimo, para facilitarem uma vitória do Benfica nos respetivos jogos, já na reta final do campeonato na época 2015/2016.
As declarações foram feitas, perante um coletivo de juízes, no tribunal de Matosinhos, onde está, esta quarta-feira, a ser julgado por suspeita de três crimes de corrupção ativa e um de corrupção na forma tentada.
Questionado pela razão das denúncias dos jogadores, o empresário de futebol justificou com o condicionamento de resultados, interpretados por alguns atletas, num contexto de apostas desportivas em resultados de futebol.
"Infelizmente, o futebol é uma selva. Os jogadores arranjam formas de não jogarem porque sabem que assim fragilizam as suas equipas", acusou César Boaventura.
"O futebol português é uma pouca vergonha", acrescentou o empresário.
César Boaventura admitiu, também, ter conhecimento profissional do antigo presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira. Quanto a uma relação de amizade, o empresário afirmou não ter uma proximidade privilegiada.
Segundo a acusação do Ministério Público, o aliciamento de César Boaventura a quatro jogadores de futebol, em vésperas de jogos das respetivas equipas, contra o Benfica, ocorreu na parte final da época 2015/2016. O empresário terá abordado os jogadores Cássio, Marcelo e Lionn, do Rio Ave, e Salin, do Marítimo, prometendo milhares de euros (entre 60 mil e 100 mil euros) e contratos milionários (300 mil euros) em clubes no estrangeiro a troco de facilitarem a vitória do Benfica.
O Benfica não é visado neste processo porque os magistrados entenderam que César Boaventura não estava mandatado pelo clube da Luz para corromper os jogadores de forma a condicionarem o resultado nos respetivos jogos. Razão pela qual foi proferido o arquivamento no respetivo despacho de acusação.
Nessa época, o Benfica conquistou o título nacional.
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