A chamada Brigada Hasmonea será posta em marcha em dezembro, refere o diário The Times of Israel, depois de as Forças Armadas israelitas terem já concluído o recrutamento dos primeiros membros deste regimento, provenientes de um setor da sociedade israelita que se tem oposto veementemente ao serviço militar obrigatório.
À medida que a guerra de Israel contra o movimento islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza -- iniciada a 07 de outubro de 2023 - avançava e as baixas e o descontentamento entre as tropas israelitas aumentavam, o Supremo Tribunal declarou o fim desta isenção após expirar, em junho de 2023, uma lei que é periodicamente prorrogada e através da qual os ultraortodoxos escaparam durante décadas ao serviço militar.
Estima-se que 60.000 jovens ultraortodoxos sejam elegíveis para o recrutamento, mas, por enquanto, apenas cerca de 3.000 deverão entrar no Exército até ao final do ano, depois de o recrutamento ter começado apenas em junho.
A decisão afetou o Governo de coligação de direita e extrema-direita liderado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que inclui partidos que defendem os interesses deste setor da população.
Israel declarou a 07 de outubro do ano passado uma guerra na Faixa de Gaza para "erradicar" o Hamas, horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando cerca de 1.200 pessoas, na maioria civis.
Desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) fez também nesse dia 251 reféns, 97 dos quais continuam em cativeiro, 34 deles entretanto declarados mortos pelo Exército israelita.
A guerra, que hoje entrou no 395.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza 43.374 mortos (quase 2% da população), entre os quais 17.000 menores, e pelo menos 101.261 feridos, além de mais de 10.000 desaparecidos, na maioria civis, presumivelmente soterrados nos escombros, de acordo com números atualizados das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos.
Cerca de 90% dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza viram-se obrigados a deslocar-se, muitos deles várias vezes, ao longo de mais de um ano de guerra, encontrando-se em acampamentos apinhados ao longo da costa, praticamente sem acesso a bens de primeira necessidade, como água potável e cuidados de saúde.
O sobrepovoado e pobre enclave palestiniano está mergulhado numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que está a fazer "o mais elevado número de vítimas alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.
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