Conversações a "bom ritmo"? "Com a Liga dos Bombeiros não tem havido"

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Apesar de não ter estado na organização da manifestação dos bombeiros sapadores que se está a realizar hoje em frente ao Parlamento, o Presidente da Liga dos Bombeiros, António Nunes, não se surpreende com a “situação limite de ordem pública”, disse ao Notícias ao Minuto. Assegura ainda que o Governo não contactou a Liga dos Bombeiros para negociar. 

O especialista "já tinha alertado" anteriormente para o descontentamento dos bombeiros, quer dos sapadores (funcionários públicos) como dos voluntários (funcionários do privado). “Os bombeiros nunca viram os seus problemas resolvidos”, lamenta.

A falta de um estatuto adequado é um dos maiores problemas. Além disso, “a base remuneratória também é demasiado baixa para o risco da profissão”, refere.

Segundo António Nunes, tanto os sapadores como os voluntários recebem um salário inferior a 900 euros, além da valorização da carreira ser quase inexistente. “Os bombeiros passam horas nas frentes de fogo”, o que pode prejudicar a saúde dos mesmos a curto e a longo prazo. 

O presidente da Liga dos Bombeiros alerta ainda para a falta de financiamento das associações humanitárias de bombeiros e, subsequentemente, para a falta de remunerações dos que lá trabalham. 

Questionado sobre se, como a ministra da Administração Interna disse, as conversações realmente seguem a "bom ritmo", o presidente da Liga dos Bombeiros refere que “essas conversas devem ter sido com os sapadores” e garante que “negociações com a Liga dos Bombeiros não tem havido”

Recorde-se que Margarida Blasco mostrou-se hoje confiante de que as negociações que estão a decorrer com os bombeiros vão chegar "a um bom termo", mas recordou que os sapadores "dependem das autarquias" e "não do Estado".

"Os bombeiros sapadores que estão a manifestar-se em frente à Assembleia da República são bombeiros cujo patrão não é Estado, são bombeiros que dependem das autarquias", disse aos jornalistas.

A ministra lembra ainda que "os bombeiros voluntários tiveram um aumento de 25% nas remunerações nos dias em que decorreram os incêndios em setembro".

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