COP28: OPEP pede aos membros para rejeitarem acordo que mencione "combustíveis fósseis"

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O líder da OPEP pediu "urgentemente" aos seus 23 países-membros e associados que "rejeitem proativamente", nas negociações da COP28, qualquer acordo que mencione combustíveis fósseis em vez da redução de emissão de gases nocivos.

De acordo com uma carta enviada aos associados e aliados da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que inclui os lusófonos Angola e Guiné Equatorial, e, em breve, ainda o Brasil, o secretário-geral do cartel insta as delegações dos países-membros presentes na COP28 a "rejeitarem proativamente qualquer texto ou linguagem que vise a energia, ou seja, os combustíveis fósseis, em vez das emissões" de gases com efeito de estufa.

Na carta com data de quarta-feira, citada pela agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP), o secretário-geral da OPEP, Haitham al-Ghais, escreve: "Parece que a pressão excessiva e desproporcionada sobre os combustíveis fósseis pode atingir um ponto de rutura com consequências irreversíveis, uma vez que o projeto de decisão ainda contém opções sobre a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis", escreve o responsável.

"Embora os países-membros e os seus associados levem a sério as alterações climáticas (...), seria inaceitável que campanhas politicamente motivadas pusessem em risco a prosperidade e o futuro dos nossos povos", lê-se ainda na carta que é dirigida aos 13 membros da OPEP e aos outros 10 países aliados.

Contactada pela AFP, a OPEP não respondeu de imediato.

Para o ativista Andreas Sieber, da ONG 350.org, "a resistência desesperada da OPEP a uma eliminação gradual dos combustíveis fósseis revela o seu receio de que a maré esteja a mudar, o que é agora evidente nas discussões da COP28", cuja presidência, ocupada pelo presidente da companhia petrolífera nacional dos Emirados Árabes Unidos, Sultan Al Jaber, continua a ser alvo de muitas críticas.

Al Jaber está sob muito escrutínio "para ver se vai negociar um acordo para uma transição justa ou se vai deixar-se influenciar pela Arábia Saudita e pela indústria petrolífera", acrescentou o ativista.

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