Dados do emprego menos robustos animam Wall Street

As bolsas norte-americanas abriram em terreno positivo, impulsionadas por dados do emprego no setor privado. A criação de emprego no privado aumentou menos do que o esperado em novembro, alimentando a expectativa de que a Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos tem margem para começar a cortar os juros no próximo ano. 

As empresas criaram 103 mil postos de trabalho em novembro, abaixo das estimativas dos analistas, segundo dados da ADP, que são considerados um barómetro para o relatório sobre o emprego que será publicado na sexta-feira pelo Departamento do Trabalho. 

O S&P 500 sobe 0,48% para 4.589,2 pontos, o industrial Dow Jones valoriza 0,35% para 36.252,72 pontos e o tecnológico Nasdaq Composite soma 0,45% para 14.294,39 pontos.

"No final de contas, o abrandamento na contratação continua e está a tornar-se cada vez mais óbvio. Aquilo em que estou mais focado neste momento é na trajetória da atividade - e tudo o que vejo é uma desaceleração em diferentes áreas, incluindo a laboral", afirmou Stan Shipley, da Evercore, em declarações à Bloomberg.

As atenções dos investidores estão agora nos dados de sexta-feira, com o mercado a estimar que tenham sido criados 187 mil postos de trabalho em novembro. Já a taxa de desemprego, que no mês passado foi de 3,9%, deverá manter-se no nível mais alto em quase dois anos.

A taxa Euribor desceu hoje a três, a seis e a 12 meses, recuando, nesta última, para o valor mais baixo desde abril.

A taxa Euribor a 12 meses, atualmente a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 28 de novembro, baixou hoje para 3,728%, menos 0,057 pontos do que na terça-feira, depois de ter subido em 29 de setembro para 4,228%, um novo máximo desde novembro de 2008.

Segundo dados do BdP referentes a outubro de 2023, a Euribor a 12 meses representava 37,8% do 'stock' de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a seis e a três meses representava 35,9% e 23,6%, respetivamente.

No prazo de seis meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 01 de dezembro, recuou hoje, para 3,950%, menos 0,003 pontos que na sessão anterior e contra o máximo desde novembro de 2008, de 4,143%, registado em 18 de outubro.

No mesmo sentido, a Euribor a três meses recuou hoje face à sessão anterior, ao ser fixada, também, em 3,950%, menos 0,008 pontos, depois de ter subido em 19 de outubro para 4,002%, um novo máximo desde novembro de 2008.

As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 04 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

Na mais recente reunião de política monetária, em 26 de outubro, em Atenas, o BCE manteve as taxas de juro de referência pela primeira vez desde 21 de julho de 2022, após 10 subidas consecutivas.

A próxima reunião de política monetária do BCE, que será a última deste ano, realiza-se em 14 de dezembro.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

Lusa

Os principais índices abriram em alta, com os investidores centrados na possibilidade de os bancos centrais virem a cortar as taxas de juro diretoras na primeira metade do próximo ano, numa altura em que tanto a inflação como o mercado laboral parecem estar a dar sinais de abrandamento.

O índice de referência europeu, Stoxx 600, soma 0,26% para 468,82 pontos. A registar os maiores ganhos esta o setor mineiro, o setor de viagens e o tecnológico, com subidas que rondam 1%.

Entre os principais movimentos de mercado, a Merck tomba 13,74%, depois de o seu medicamento experimental para combater a esclerose múltipla, o Evobrutiniban, ter ficado aquém das expectativas nos ensaios iniciais. Este resultado está a ser entendido como um fator de penalização nas ambições da empresa.

"A atividade económica está a subir, os preços da energia não estão a escalar e o Banco Central Europeu sinalizou o fim do ciclo de subida das taxas de juro", disse Rajeev De Mello, analista da Gama Asset Management, em declarações à Bloomberg, acrescentando que "há potencial de ganhos nos próximos meses".

Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax soma 0,15%, o francês CAC-40 avança 0,06%, o italiano FTSEMIB ganha 0,28%, o britânico FTSE 100 sobe 0,33% e o espanhol IBEX 35 cresce 0,1%. Em Amesterdão, o AEX regista um acréscimo de 0,37%.

Os juros das dívidas soberanas na Zona Euro estão a negociar mistos esta quarta-feira, com os investidores a avaliarem comentários de Martin Kazaks, membro do conselho do Banco Central Europeu, que afirmou que provavelmente o banco central não necesstirá de cortar as taxas de juro no primeiro semestre de 2024.

No entanto, Kazaks mostrou-se aberto a alterações, caso o cenário económico também se altere.

Os juros da dívida portuguesa a dez anos somam 0,5 pontos base para 2,872%. A "yield" das Bunds alemãs com maturidade a dez anos, referência para a região, recua 1 ponto base para 2,233%.

A rendibilidade da dívida espanhola desce 0,6 pontos base para 3,240%, os juros da dívida italiana e francesa recuam 1 ponto base para 3,973% e 2,790%, respetivamente.

Fora da Zona Euro, os juros da dívida britânica agravam-se 1,9 pontos base para 4,037%.

O ouro está a valorizar esta quarta-feira, numa altura em que vai capitalizando num dólar mais fraco e os dados do emprego nos EUA apontam para que a Reserva Federal não tenha de voltar a subir os juros diretores nos próximos tempos.

O metal amarelo soma 0,36% para 2.026,54 dólares.

Dados divulgados esta terça-feira mostraram que o número de vagas de emprego caiu para o valor mais baixo desde março de 2021, sinalizando um arrefecimento do mercado laboral e abrindo porta a uma política mais suave por parte da Reserva Federal (Fed) norte-americana.

As atenções viram-se agora para as estatísticas criação de emprego nos Estados Unidos referentes ao mês de novembro, que serão conhecidos na sexta-feira.

Face a estes dados o dólar desvalorizou, mas está agora a inverter e o índice do dólar da Bloomberg - que mede a força da nota verde contra 10 divisas rivais - avança 0,01% para 104,056 dólares. Já face ao euro soma 0,12% para 0,9273 euros.

Os governadores da Reserva Federal estão agora num período de silêncio antes da reunião de política monetária agendada para 12 e 13 de dezembro. A centrar atenções estará a atualização das projeções relativamente aos níveis das taxas de juro diretoras no próximo ano. O mercado está a atribuir em 56% a possibilidade de um corte de juros em março.

Os preços do petróleo estão a negociar em alta, num movimento de correção, depois de terem registado perdas nas últimas quatro sessões consecutivas. Os investidores continuam focados na decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+) em retirar crude do mercado e os seus níveis de concretização.

Ainda a centrar atenções está ainda a economia chinesa, o segundo maior mercado importador de crude do mundo, e as perspetivas de consumo para 2024.

Em Londres, o Brent do Mar do Norte, que é a referência para as importações europeias, soma 0,25% para 77,39 dólares por barril. O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, avança 0,07% para 72,37 dólares por barril.

"As únicas notícias positivas dos últimos dias têm sido os responsáveis sauditas e russos a afirmar que os cortes da OPEP+ podem ser aumentados ou prolongados dependendo dos preços no mercado", disse à Reuters Suvro Sarkar, analista do DBS Bank.

"Além disto", acrescentou, "não vemos nenhum catalisador positivo para o petróleo no curto-prazo".

Os principais índices europeus estão a apontar para ganhos esta quarta-feira, numa altura em que as atenções dos investidores se continuam a centrar na política monetária levada a cabo pelos bancos centrais.

Os mercados estão agora a incorporar, em 90%, um corte das taxas de juro diretoras pelo Banco Central Europeu no primeiro trimestre de 2024. Principalmente depois de Isabel Schnabel, membro do conselho executivo do BCE ter referido que que há uma baixa probabilidade de haver uma nova subida dos juros de referência, dada a "notável" descida da inflação.

Os futuros sobre o Euro Stoxx 50 somam 0,3%.

Na Ásia a sessão foi positiva com os índices a deixarem para trás três dias consecutivos de perdas. Os ganhos foram também assentes nas expectativas de que a Reserva Federal norte-americana comece a proceder a cortes nas taxas de juro diretoras nos primeiros meses de 2024.

O número de vagas de emprego nos Estados Unidos desceu em outubro para mínimos de inícios de 2021, denotando maior fraqueza no mercado laboral, um dos parâmetros da Fed para o fim deste ciclo mais agressivo de endurecimento da política monetária.

Em destaque esteve a bolsa indiana com o mercado acionista do país a atingir uma capitalização bolsista acima dos quatro biliões de dólares pela primeira vez na terça-feira.

Pela China, o Hang Seng, em Hong Kong, sobe 0,61% e o Shanghai Composite cedeu 0,11%. No Japão, o Topix subiu 1,9% e o Nikkei valorizou 2,04%. Na Coreia do Sul, o Kospi avançou 0,044%.

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