Desmantelada principal célula de distribuição de cocaína e heroína em Bragança

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A Guarda Nacional Republica (GNR) disse esta sexta-feira ter desmantelado com a operação “Terra Branca” a principal rede de distribuição de cocaína e de heroína no distrito de Bragança.

Na quinta-feira, a GNR levou a cabo 22 buscas, 14 em casas e oito em viaturas, nos concelhos de Vila Flor e de Mirandela, concelhos a partir de onde os suspeitos atuavam.

As autoridades detiveram no decorrer da operação 11 pessoas, três mulheres e oito homens com ligações familiares, com idades entre os 28 e os 56 anos.

Esta sexta-feira, o Capitão Hugo Torrado, comandante do Destacamento Territorial de Mirandela, disse que as diligências decorridas na quinta-feira vieram confirmar “a tese que vinha a ser construída ao longo dos últimos dois anos de que esta é a principal célula de distribuição de cocaína e de heroína no distrito de Bragança”.

A Guarda apreendeu 358 doses individuais de cocaína, 190 de heroína e 10.235 euros em dinheiro.

As autoridades acreditam que o produto estupefaciente era adquirido em grandes centros - Porto, Leiria e Setúbal. Segundo o descrito por Hugo Torrado, cada elemento do grupo tinha uma responsabilidade diferente.

“(…) Desde o processo de aquisição, de transporte ou o processo de tratamento para o tornar mais rentável o produto. Guardavam [a droga] muitas vezes enterrada quer na via pública quer em terrenos agrícolas (…)”, detalhou o comandante.

Esta rede usava como pontos de atividade criminosa aldeias, sobretudo do concelho de Vila Flor, onde a investigação se tornou “mais complexa e morosa”, explicou ainda Hugo Torrado.

“(…)Uma vez que são locais com ruas estreitas, onde qualquer movimentação por parte do Núcleo de Investigação Criminal seria facilmente detetada (…)”, acrescentou o capitão.

Além do tráfico de estupefacientes, o grupo é suspeito dos crimes de mediação de armas de fogo e de recetação. Foram recuperados vários objetos, como ferramentas, eletrodomésticos ou bicicletas que tinham sido furtados e depois comprados pela rede.

Alguns dos produtos foram entregues aos suspeitos “como forma de pagamento no processo de transação do estupefaciente”, explicou ainda Hugo Torrado.

O objetivo final era introduzir estes objetos no mercado paralelo.

Entre os detidos estão três casais e os restantes têm laços de consanguinidade. Começam esta tarde a ser ouvidos no tribunal de Vila Flor, em primeiro interrogatório judicial para ficarem a conhecer eventuais medidas de coação.

A operação contou com o reforço de várias valências da GNR da zona norte e centro do país, bem como da PSP.

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