Dois detidos por alegada participação em rapto de empresário em Moçambique

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A polícia moçambicana anunciou hoje a detenção de dois homens por alegado envolvimento no rapto de um empresário em 20 de janeiro, na baixa da cidade de Maputo, mas avançou que a vítima ainda "continua no cativeiro".

O porta-voz do Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic) de Moçambique, Hilário Lole, disse, em conferência de imprensa, que os dois homens também estão envolvidos na tentativa de rapto um gestor de uma loja de venda de mobília, que ocorreu no dia 16 na capital moçambicana.

"Existem informações bastante fortes da sua participação nesses dois últimos casos" e são "indivíduos que vinham sendo procurados, tínhamos mandados de busca contra os mesmos", afirmou Lole.

Um dos detidos aparece empunhando uma pistola numa imagem gravada pelas câmaras de videovigilância da zona em que aconteceu o rapto do empresário no dia 20, avançou o porta-voz do Sernic.

"Quando são analisadas, de forma minuciosa, as imagens das câmaras, um deles aparece ali empunhando uma arma do tipo pistola", declarou Hilário Lole.

Os dois homens são também acusados de envolvimento em raptos que aconteceram em 2021 e em 2023, acrescentou Lole.

"Serão presentes ao juiz de instrução criminal ao nível do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo, para efeitos de legalização da sua prisão", adiantou.

O porta-voz do Sernic referiu que a vítima de rapto que ocorreu no dia 20 continua no cativeiro e prossegue o trabalho para o seu resgate.

A polícia está também empenhada nas ações visando a neutralização de outros membros da "quadrilha", disse Hilário Lole.

Na semana passada, a Confederação das Associações Económicas (CTA) de Moçambique, a maior agremiação patronal nacional, afirmou que se pretende reunir com o Governo antes de tomar uma posição sobre os novos casos de raptos.

A CTA adiou, pela segunda vez em dois dias, uma conferência de imprensa que havia convocado para se pronunciar sobre a nova onda de raptos que nos últimos tempos têm atingido as cidades moçambicanas.

Em declarações à Lusa, fonte da organização avançou que o adiamento deveu-se à não realização de um encontro com o Governo que iria abordar o impacto daquele tipo de crimes no ambiente de negócios e na economia.

"É um encontro de rotina com o Governo, mas, face aos desenvolvimentos recentes, seria debatido o impacto dos raptos no clima de negócios e na economia", disse a mesma fonte.

A reunião com o executivo é importante para que os empresários emitam a sua posição, prosseguiu.

O empresário raptado no dia 20 já tinha sido raptado, em 2011, tornando-se na primeira vítima conhecida deste tipo de crime em Moçambique.

No dia 16, um gestor de uma loja de venda de mobília foi ferido no abdómen durante uma tentativa de rapto frustrada por populares que atiraram pedras contra os autores do crime, disse então à Lusa o porta-voz da polícia em Maputo, Leonel Muchina.

Em novembro, o Gabinete Central de Combate à Criminalidade Organizada e Transnacional (GCCOT) de Moçambique deduziu acusação contra três arguidos alegadamente envolvidos no rapto e morte de um homem de 57 anos em dezembro de 2022.

Um dos arguidos é um antigo membro do Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic) e um outro é funcionário de uma direção provincial da Justiça, condenado a 23 anos de prisão por envolvimento noutros crimes, incluindo rapto, mas absolvido em segunda instância, referiu o GCCOT em comunicado.

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