Dois membros do Hezbollah mortos em ataque israelita a sul de Damasco

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Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), o ataque teve como alvo "uma casa numa quinta na zona de Sayyeda Zeinab, utilizada por membros do Hezbollah libanês e da Guarda Revolucionária iraniana".

Dois combatentes do grupo libanês, que trava uma guerra aberta contra Israel desde 23 de setembro, foram mortos e cinco outros ficaram feridos, segundo o observatório, com sede no Reino Unido mas que dispõe de uma vasta rede de fontes na Síria.

Segundo o OSDH, os grupos pró-iranianos têm uma forte presença na região de Sayyeda Zeinab, um importante local de peregrinação xiita.

"De acordo com as primeiras informações, um ataque israelita teve como alvo a área em torno de Sayyeda Zeinab", um importante santuário xiita, reportou a agência noticiosa oficial síria, Sana.

"Ouvi três explosões sucessivas, uma das quais muito forte", declarou à agência noticiosa France-Presse (AFP) Mehdi Mahfouz, um residente local, sublinhando ter observado, depois, "uma coluna de fumo negro a subir de uma zona de terrenos agrícolas".

As explosões foram ouvidas nos bairros vizinhos e várias ambulâncias foram mobilizadas para o local.

Ao início da tarde, segundo a agência noticiosa Sana, a Síria já tinha acusado Israel de realizar uma série de bombardeamentos nos arredores de Damasco, que foi atacada em várias ocasiões pelas forças israelitas nos últimos meses. 

"O inimigo israelita lançou uma agressão aérea a partir da direção dos montes Golã sírios ocupados contra várias posições civis a sul de Damasco, causando alguns danos materiais", disse uma fonte militar síria citada pela Sana, que pediu anonimato, sem saber ainda da morte de dois combatentes do Hezbollah.

O observatório confirmou que Israel efetuou três bombardeamentos na zona, um deles em torno de Sayyida Zeinab.

A zona, de maioria xiita, alberga grupos armados como o Hezbollah libanês, contra os quais Israel desferiu vários golpes no interior da Síria desde antes do início da guerra no Líbano e na Faixa de Gaza, segundo a organização não-governamental.

Na passada quinta-feira, pelo menos cinco pessoas morreram num ataque do exército israelita contra supostos esconderijos de armas e centros de comando do Hezbollah na cidade de al-Quseir, no oeste da Síria, perto da fronteira libanesa.

Segundo as forças israelitas, os alvos eram os armazéns utilizados pela unidade de munições da força al-Radwan, o grupo de elite do Hezbollah.

Os bombardeamentos são frequentemente dirigidos contra alvos do Hezbollah, da Guarda Revolucionária do Irão e de outras milícias próximas de Teerão que estão presentes na Síria como aliados do Governo do Presidente Bashar al-Assad.

Desde o início da guerra civil na Síria, em 2011, Israel efetuou centenas de ataques no país, visando o exército sírio, mas sobretudo os grupos apoiados por Teerão, nomeadamente o Hezbollah, destacados para apoiar as forças governamentais.

O ritmo destes ataques aumentou a partir de 23 de setembro. Israel, que raramente comenta estes ataques, visou recentemente os pontos de passagem entre a Síria e o Líbano para cortar as rotas de abastecimento do Hezbollah. 

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